Resistência de espécies arbóreas tropicais à ação de fungos

Abstract

A resistência da madeira a fungos apodrecedores é uma característica desejável em madeiras comerciais e nas empregadas na arborização urbana. Isso porque a ação desses fungos pode ocasionar a perda das propriedades físicas, redução da resistência mecânica e da durabilidade da madeira. Contudo, ainda se tem pouco conhecimento a respeito da resistência de madeiras tropicais a fungos apodrecedores de madeira. Diante disso, este trabalho teve como objetivo avaliar a resistência natural da madeira de 28 espécies arbóreas tropicais submetidas à ação dos fungos Daldinia childiae e Ganoderma philippii, através da análise da perda de massa obtida em um ensaio in vitro. De acordo com os critérios de classificação de resistência a fungos estabelecidos pela ASTM D2017, a maioria das espécies foi considerada altamente resistente, exceto Amburana cearensis e Pterocarpus rohrii consideradas resistentes a Ganoderma philippii, Aspidosperma pyricollum resistente à Daldinia childiae e as espécies Joannesia princeps e Basiloxylon brasiliensis resistentes a ambos os fungos. A comparação dos valores de perda de massa obtidos entre todas as espécies de madeira após a ação dos fungos permitiu observar que as espécies Aspidosperma pyricollum, Joannesia princeps, Basiloxylon brasiliensis, Amburana cearensis, Barnebydendron riedelii, Spondias venulosa, Pterocarpus rohrii, Copaifera langsdorffii, Zeyheria tuberculosa apresentaram perda de massa estatisticamente superior às demais espécies quando submetidas à ação de Daldinia childiae. E quanto à ação de Ganoderma philippii, Joannesia princeps, Basiloxylon brasiliensisis, Amburana cearensis, Pterocarpus rohrii, Barnebydendron riedelii, Parkia pendula, Cariniana legalis, Copaifera langsdorffii, Terminalia mameluco, Spondias venulosa, Astronium concinnum e Zeyheria tuberculosa tiveram perda de massa estatisticamente maior que as demais. Portanto, as espécies arbóreas tropicais testadas apresentaram diferentes níveis de resistência a Daldinia childiae e Ganoderma philippii. Além disso, algumas espécies arbóreas mais resistentes possuem extrativos que, possivelmente, inibem a ação desses fungos, podendo ser objeto de futuros estudos