Produção e qualidade pós colheita de gladíolo cultivado em vaso sob diferentes níveis de irrigação

Abstract

O gladíolo é uma das flores de corte mais populares no Brasil e, como sua comercialização depende de critérios de qualidade baseados em características morfológicas e visuais, torna-se relevante avaliar como a ocorrência de déficit hídrico afeta os parâmetros comerciais e a longevidade das hastes após o corte. Este trabalho objetivou estudar a influência de níveis de irrigação e época de plantio na qualidade comercial de hastes florais de gladíolo. Ciclos de cultivo foram realizados em casa de vegetação localizada no Setor de horticultura da UFRRJ, no município de Seropédica-RJ, nos períodos de 07/09/18 a 27/11/18 e de 12/04/19 a 26/06/19. O delineamento experimental foi blocos casualizados com 5 repetições, composto por quarto níveis do fator irrigação (L1 = 45%, L2 = 60%, L3 = 80% e L4 = 100% do volume de água aplicado pelo sistema) e dois níveis do fator época de plantio (inverno/primavera de 2018 e outono/inverno de 2019). O manejo da irrigação foi realizado por meio do acionador automático (AAI), instalado em 2 vasos do tratamento L4. O substrato utilizado foi uma mistura de material de solo de textura média, retirado da camada 0-20 cm, e esterco na proporção 2:1 (v/v), colocados em vasos de 11 L, onde foram plantados 3 bulbos distanciados 10 cm entre si e na profundidade de 10 cm. No momento em que as plantas atingiram o ponto de colheita foram avaliados os parâmetros comerciais comprimento da haste floral, diâmetro da haste floral e comprimento do pendão, além do número de flores. Em ambos os ciclos, a altura da planta foi avaliada semanalmente, enquanto a área foliar e número de folhas foram avaliados aos 66 dias após o plantio (DAP). No ciclo de outono/inverno (2019), aos 28, 38, 52 e 66 DAP foram avaliadas área foliar e clorofila, e aos 40 DAP foi avaliada a condutância estomática. Ao final dos ciclos, as hastes foram submetidas às análises pós-colheita para avaliação da longevidade, massa fresca, velocidade de abertura floral e absorção da solução. Aos 151 (inverno/primavera) e 154 DAP (outono/inverno) foi realizada a colheita dos bulbos, quando foram avaliados a massa e o diâmetro dos mesmos. No total, foram aplicados 5,24; 6,68; 8,65 e 10,81 L planta-1 no inverno/primavera e 4,91; 6,58; 8,25 e 10,25 L planta-1 no plantio de outono/inverno, respectivamente, nos tratamentos L1, L2, L3 e L4. As hastes apresentaram melhor classificação comercial nos tratamentos correspondentes a 80% e 100% do volume aplicado pelo acionador, apresentando os maiores valores para as variáveis analisadas. Os tratamentos L3 e L4 também se destacaram com relação à massa fresca e menor velocidade de abertura floral, não havendo diferença entre a longevidade das hastes (8 dias). Da mesma forma, a produção de bulbos foi maior nesses tratamentos, com bulbos de tamanho grande, enquanto em L1 foram obtidos bulbos de tamanho médio. No cultivo de inverno/primavera foi observada murcha temporária e defeitos leves nas hastes caracterizados por queimaduras nas sépalas dos floretes, sintomas não observados no outono/inverno. Foi observada influência dos níveis de irrigação nos parâmetros comerciais do gladíolo, com maior prejuízo da qualidade ao nível de 45% do volume aplicado, maior velocidade de abertura floral e menor longevidade no plantio de inverno/primavera.