Estudo das características morfométricas e da associação genômica Ampla (GWAS) em equinos da raça Campolina

Abstract

Os estudos em análises morfométricas dos equinos progrediram nos últimos anos; sempre partindo da premissa desta avaliação estar relacionada com a aptidão do cavalo. Com o avanço da avaliação genética na equinocultura criou-se a oportunidade de obter informações precisas sobre a funcionalidade dos animais, assim como a maior exatidão da descendência e obter o alelo desejado. Esta pesquisa tem como objetivo realizar Estudo das características Fenotípicas e o Estudo de Associação Genômica Ampla (GWAS) de medidas morfométricas em equinos da raça Campolina. Foram mensurados 270 equinos, com idade acima de 36 meses de idade, registrados na Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina), pertencentes aos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais, para a Análise Fenotípica de 45 medidas morfométricas. Destes equinos foram selecionados, com base no pedigree, 48 animais para extração do DNA para posterior realização do GWAS. E, para a realização do GWAS foram utilizados os dados de 18.876 registros genealógicos da ABCCCampolina, o qual contém as informações de 15 medidas morfométricas. O DNA genômico foi extraído de amostras de bulbo capilar utilizando o kit Nucleospin Tissue. Posteriormente a extração do DNA, ocorreu a genotipagem do DNA com a utilização do chip GGP Equine Illumina ~65000SNP. As análises estatísticas realizadas para os dados fenotípicos foram correlação de Pearson, covariância, análise discriminante e componentes principais. Após foi realizado a análise genotípica e o GWAS. As análises foram realizadas utilizando o Excel®, RStudio® e softwares BLUPF90®. Na análise de correlação de Pearson observou-se que as medidas lineares e de perímetro correlacionaram positivamente com as 45 medidas morfométricas. A maioria das medidas angulares possuíram correlações não significantes com as medidas morfométricas. Verificou-se que na análise de covariância, de componentes principais e discriminante que os machos apresentaram menor variação das medidas lineares e de perímetros em relação as fêmeas. Os machos foram mais altos e apresentaram peito mais largo, maior ângulo escapulo-umeral e maior pescoço, tanto no comprimento quanto no perímetro em relação as fêmeas (P<0,05). As fêmeas apresentaram maior perímetro torácico, ancas mais largas e maior abertura dos ângulos coxo-solo e femoro-tibial do que os machos (P<0,05). Na análise de GWAS observou-se que para as 15 medidas morfométricas 628 SNPs foram responsáveis por explicar mais de 1% da variação genética ocorrida em equinos da raça Campolina. Conclui-se que na raça Campolina, as medidas lineares e de perímetros são as medidas morfométricas mais indicadas para classificação dos equinos quanto ao sexo, apresentando maior dimorfismo sexual, quando comparadas as medidas angulares. Os possíveis genes candidatos para as medidas morfométricas avaliadas foram: RBMS3, HAUS, PIK3R1, SUCLG2, ZCWPW2, CLYBL, DNAJC3, DNAJC15, KMO, LMOD3, LOC100630169, LOC102148584, LRCH1 e THRB.