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https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19320
Tipo do documento: | Dissertação |
Title: | A medicalização da educação e o mal-estar contemporâneo |
Other Titles: | Medicalization in education and contemporary malaise |
Authors: | Bezerra, Daniel Alves de Farias |
Orientador(a): | Melo, Rosane Braga de |
Primeiro membro da banca: | Melo, Rosane Braga de |
Segundo membro da banca: | Silva, Luna Rodrigues Freitas |
Terceiro membro da banca: | Lima, Rossano Cabral |
Keywords: | Medicalização;Mal-estar;Queixa escolar;Medicalization;Malaise;School complaint |
Área(s) do CNPq: | Psicologia Psicologia |
Idioma: | por |
Issue Date: | 31-Jan-2020 |
Publisher: | Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UFRRJ |
Departamento: | Instituto de Educação |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia |
Citation: | BEZERRA, Daniel Alves de Farias. A medicalização da educação e o mal-estar contemporâneo. 2020. 107 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Instituto de Educação, Departamento de Psicologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2020. |
Abstract: | Nas últimas décadas, a escola tem sido marcada por certa lógica de atuação que compreende as dificuldades apresentadas por seus aprendizes como sinais provenientes de alterações orgânicas em suas estruturas físicas, ou, mais especificamente, cerebrais. De acordo com as pesquisas citadas, há um número crescente de diagnósticos de crianças e adolescentes com dificuldades de ensino-aprendizagem que recebem a prescrição de medicamentos como única via de resolução para estes problemas. A proliferação de novos transtornos e o modo de agir diante dos impasses na escola indicam a incidência discursos que merecem ser investigados. Este trabalho teve como objetivo articular a medicalização na escola e os modos de tratamento do mal-estar contemporâneo, em uma pesquisa bibliográfica que buscou referências nos conhecimentos produzidos pela Psicologia Escolar e Educacional Crítica, pela Psicanálise e pela Medicina Social. A contribuição de Sigmund Freud sobre o mal-estar na cultura nos mostra que há um irremediável antagonismo entre as exigências pulsionais que o ser humano naturalmente apresenta e as restrições impostas pela cultura. Para manter a vida social é fundamental a renúncia pulsional, e o saldo subjetivo dessa renúncia é a inescapável sensação de mal-estar. O resultado do estudo aponta que o processo de medicalização, em seu vínculo estrito com o discurso capitalista, marcado pela lógica do consumo, e o discurso da ciência, com seu aspecto de universalização, busca ocupar a lacuna do desejo insatisfeito, oferecendo as promessas de satisfação plena pela via do consumo, e ausência de dor pelo silenciamento dos sintomas no corpo. Assim, a resposta oferecida por estes discursos ao mal-estar na escola inclui: 1) a patologização do aluno que é considerado problema a partir do seu enquadramento em diagnósticos como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositor Desafiador (TOD); 2) a inibição das pulsões do sujeito aprendiz por via medicamentosa, cujo objetivo é a eliminação dos “sintomas”, ou seja, o comportamento que causa incômodo, gerando adaptação às expectativas dos educadores. O estudo da medicalização como um termo crítico que denuncia a expansão de jurisdição médica sobre questões escolares se revelou fundamental para o desenvolvimento deste estudo. |
Abstract: | In recent decades, schools have been marked by a certain logic of action that understands the difficulties presented by their learners as signs arising from organic changes in their physical structures, or, more specifically, their brains. According to the research cited, there is an increasing number of diagnoses of children and adolescents with teaching-learning difficulties who are prescribed medication as the only way to resolve these problems. The proliferation of new disorders and the way of acting in the face of impasses at school indicate the incidence of discourses that deserve to be investigated. This work aimed to articulate medicalization at school and the methods of treating contemporary malaise, in a bibliographical research that sought references in the knowledge produced by Critical School and Educational Psychology, Psychoanalysis and Social Medicine. Sigmund Freud's contribution on malaise in culture shows us that there is an irremediable antagonism between the instinctual demands that human beings naturally present and the restrictions imposed by culture. To maintain social life, instinctual renunciation is essential, and the subjective result of this renunciation is the inescapable feeling of discomfort. The result of the study points out that the process of medicalization, in its strict link with the capitalist discourse, marked by the logic of consumption, and the discourse of science, with its aspect of universalization, seeks to fill the gap of unsatisfied desire, offering the promises of full satisfaction through consumption, and absence of pain due to the silencing of symptoms in the body. Thus, the response offered by these discourses to malaise at school includes: 1) the pathologization of the student who is considered a problem based on his classification in diagnoses such as Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) and Oppositional Defiant Disorder ( TOD); 2) the inhibition of the learner's drives through medication, the objective of which is the elimination of “symptoms”, that is, the behavior that causes discomfort, generating adaptation to the educators' expectations. The study of medicalization as a critical term that denounces the expansion of medical jurisdiction over school issues proved to be fundamental for the development of this study. |
URI: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19320 |
Appears in Collections: | Mestrado em Psicologia |
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