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Tipo do documento: Tese
Title: O Supermercadismo Carioca e a Sócio-Espacialidade do Varejo Alimentar Na Capital Fluminense
Authors: Silva, Emilia Jomalinis de Medeiros
Orientador(a): Maluf, Renato Sergio Jamil
Primeiro membro da banca: Maluf, Renato Sergio Jamil
Segundo membro da banca: Schmitt, Claudia Job
Terceiro membro da banca: Wilkinson, John
Quarto membro da banca: Bezerra, Juscelino Eudâmidas
Quinto membro da banca: Buhler, Eve Anne
Keywords: Redes de supermercados;Rio de Janeiro;Sócio-espacialidade;Desigualdade;Supermarket networks;Socio-spatiality;Inequality
Área(s) do CNPq: Ciência Política
Economia
Economia
Ciência Política
Idioma: por
Issue Date: 5-Jul-2022
Publisher: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Citation: SILVA, Emilia Jomalinis de Medeiros. O Supermercadismo Carioca e a Sócio-Espacialidade do Varejo Alimentar Na Capital Fluminense. 2022. 376 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade) - Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2022.
Abstract: O presente trabalho analisou a atual configuração das principais redes do setor supermercadista no município do Rio de Janeiro e a inter-relação entre sua distribuição sócio-espacial com demais dinâmicas da cidade. A pesquisa se valeu da construção de uma base de dados com informações sobre as 20 redes de principal presença na capital fluminense, bem como de trabalho de campo englobando todas as suas Regiões Administrativas. O estudo é realizado a partir de um duplo movimento, à luz do entendimento da espacialidade como uma encruzilhada de trajetórias. A dinâmica do setor é parte constituinte da sócio-espacialidade e a análise do varejo alimentar ajuda a compreender o espaço urbano. Assim, por um lado, apresento o histórico do supermercadismo no Brasil e especialmente no Rio de Janeiro, apontando suas principais tendências atuais, como uma expressiva expansão para regiões onde antes os supermercados eram menos expressivos. Esta expansão caracteriza-se não apenas pela presença de grandes redes chamadas corporações como também das chamadas redes regionais e redes associativistas. Por outro lado, o estudo apreende a capital fluminense em sua sócio-espacialidade, por entender que as dinâmicas prévias das regiões contribuem para a compreensão da atual sócio-espacialização das empresas e do varejo alimentar. Como resultado da análise, tem-se que as redes de supermercado distribuem-se diferentemente pelo território carioca e estabelecem práticas comerciais distintas com implicações potenciais para os hábitos alimentares das populações. Esse modelo se espraia como produto e indutor de desigualdades na provisão de alimentos, dada a seletividade espacial dos atores privados do abastecimento e de suas práticas. Este movimento de expansão relaciona-se com dinâmicas prévias de segregação sócio-espacial, marcadas pelas dimensões de centro- periferia, processos de favelização e de existência de multicentralidades em regiões distantes do núcleo central da capital fluminense. Ao analisar o avanço do controle privado sob o abastecimento alimentar em paralelo à atual organização de políticas e equipamentos de varejo públicos ou por ele ordenado, tem-se como resultado a insuficiente e desigual disponibilidade de equipamentos públicos e de políticas de abastecimento, como mercados públicos e as feiras livres, orgânicas e agroecológicas. Como em outras esferas da questão urbana, é crescente aqui o predomínio de uma lógica empresarialista de cidade e a forma como os alimentos são comercializados deve ser entendida como mais um elemento da privatização do espaço urbano. Por fim, buscou-se apreender a relação entre a organização sócio-espacial do supermercadismo com práticas varejistas informais de alimentos, sendo importante destacar que permanecem manifestas expressões informais de varejo alimentar, integrantes de um circuito inferior da economia, que interagem sócio-espacialmente com os equipamentos formais. Embora abordagens teóricas que privilegiam em sua análise a escala macro auxiliem na compreensão do movimento supermercadista na cidade como integrante de um processo global do varejo alimentar e do regime alimentar corporativo, não explicam por completo o conjunto de elementos verificados, haja vista as especificidades tanto do setor supermercadista, como da capital fluminense. Isto revela a necessidade de uma abordagem multiescalar, que olhe as desigualdades alimentares orientadas por uma abordagem interseccional, e que incorpore na análise dinâmicas “locais” e “territoriais”, sem, contudo, associá-las a dimensões “éticas” e “alternativas” como sugere parte da literatura do Norte Global.
Abstract: The present work analyzed the current configuration of the main networks of the supermarket sector in the city of Rio de Janeiro and the interrelation between its socio-spatial distribution with other dynamics of the city. The research was based on the construction of a database with information of the 20 supermarket networks of main presence in the capital of Rio de Janeiro as well as fieldwork encompassing all its Administrative Regions. The study is carried out from a double movement, in the light of the understanding of spatiality as a crossroads of trajectories. The dynamics of the sector is a constituent part of socio-spatiality and the analysis of food retail helps to understand the urban space. So, on the one hand, I present the history of supermarkets in Brazil and especially in Rio de Janeiro, pointing out the main current trends in the sector, such as a significant expansion to regions where supermarkets were less expressive before. This expansion is characterized not only by the presence of large networks called corporations but also by the so-called regional networks and associative networks. On the other hand, the study apprehends the capital of Rio de Janeiro in its socio-spatiality, since understanding the previous dynamics of the locations contributes decisively to the understanding of the current socio- spatialization of companies and food retail in different manifestations. As a result of the analysis, the supermarket food retail actors are distributed differently across the territory of Rio de Janeiro and establish different commercial practices with potential implications for the population's eating habits. This model spreads as a product and inducer of inequalities in food supply, given the spatial selectivity of private supply actors and their practices. This expansion movement is related to previous dynamics of socio-spatial segregation, marked by the dimensions of center- periphery, slum processes and the existence of multicentralities in regions far from the central core of the Rio de Janeiro capital. When analyzing the advance of private control over food supply in parallel with the current organization of public provisioning policies or ordered by it, the result is the insufficient and unequal availability of public equipment and supply policies, such as public markets and fairs, including the organic and agroecological ones. As in other spheres of the urban question, here the predominance of an entrepreneurial logic of the city is increasing and the way in which food is marketed must be understood as one more element of the privatization of urban space. Finally, we also sought to apprehend the relationship between the socio-spatial organization of supermarkets and informal food retail practices, it being important to highlight that informal expressions of food retail remain manifest, as part of a “lower economic circuit”, which interact socio-spatially with formal equipment. Although theoretical approaches that privilege the macro scale in their analysis help to understand the supermarket movement in the city as part of a global process of food retail and the corporate food regime, they do not explain in isolation the set of verified elements, given the specificities of both the supermarket sector and the capital of Rio de Janeiro, which reveals the need for a multis-scale approach, that looks at food inequalities guided by an intersectional approach, and that incorporates “local” and “territorial” dynamics in the analysis, without, however, associating them to ethical and alternative dimensions as suggested by part of the Global North literature.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19679
Appears in Collections:Doutorado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade

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