Ocorrências de remoção de árvores no município do Rio de Janeiro

Abstract

Por mais benefícios que a arborização urbana apresente, para a população, o avanço de sua execução encontra-se muitas vezes comprometido, por interferências de ordem antrópica ou natural, tendo como principais fatores o aumento de conflitos e pedidos de remoção de árvores, muitas vezes agravados por eventos climáticos extremos. Desta forma, a pesquisa teve por objetivo quantificar as ocorrências de remoção de árvores em logradouros no município do Rio de Janeiro (MRJ). O número de ocorrências de remoção de árvores foi obtido no sistema da Data.Rio, entre os anos de 2020 a 2022. Foi realizada uma análise anual, com dados mensais das ocorrências, e dados meteorológicos de chuva e vento, para as Áreas de Planejamentos (AP’s) existentes no MRJ. Os dados meteorológicos utilizados foram rajada de vento máximo (Km/h) observadas de três estações do INMET e os dados da precipitação (mm) foram obtidos utilizando dados das 33 estações pluviométricas disponibilizadas pelo Alerta Rio. Através do portal Data Rio, foram identificadas 12.473 ocorrências atendidas com uma frequência de 33,2% no ano de 2020 e 33,4% nos anos de 2021 e 2022. Ao realizar a análise separadamente de acordo com as regiões geográficas, a região norte (AP3) foi a que apresentou maior número de ocorrências com 35,2%, seguido, respectivamente, por AP4 com 21,95% e AP5 com 20,32%, regiões estas marcadas pela presença de uma forte malha rodoviária, ocupação densa e por abertura de novos loteamentos. Na análise conjunta de pedido de remoção de árvores com os dados meteorológicos, observou-se que a Zona Norte (AP3) e a Zona Oeste (AP4 e AP5) são as que apresentaram menores registros de precipitação em contrapartida ao maior número de ocorrências, concluindo-se não ser este o fator predominante para os pedidos de remoção das árvores. No geral os registros de rajadas de ventos mostraram-se potenciais para causar quedas com uma variação de 41,0 a 82,5 Km/h, porém devido ao baixo número de estações não se pode concluir se houve uma interferência espacial. Estes resultados mostraram ser necessários mais levantamentos sobre as ameaças extrínsecas e antrópicas e como os eventos climáticos podem contribuir para as solicitações de remoção na arborização do município do Rio de Janeiro.