O ensino da Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental em uma escola do campo em área de assentamento do MST

Abstract

A Matemática é vista por muitos estudantes como sendo uma disciplina difícil e abstrata, e sem muita aplicabilidade no seu dia a dia. Muitas vezes, o docente ministra suas aulas onde seus conteúdos estão focados apenas nas explicações e aulas expositivas, e assim, o aluno recebe os conteúdos de forma pronta e acabada pelo seu professor que, nem sempre estimula o raciocínio do mesmo. O objeto de estudo desta pesquisa está relacionado a busca de compreender a relação entre os conhecimentos matemáticos escolares e os conhecimentos utilizados no cotidiano dos educandos campesinos, valorizando o saber matemático cultural e aproximando-o do saber escolar. O estudo teve como objetivo principal analisar o ensino da matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental em uma escola do campo em área de assentamento do MST, pertencente ao município de Ponto Belo/ES. A metodologia empregada nesta pesquisa é de natureza qualitativa, contendo características etnográficas e descritiva, sendo dividida em dois momentos que se referem: a pesquisa bibliográfica, realizada através de livros de autores renomados, leitura e análise de artigos científicos nacionais e internacionais, trabalhos de conclusão de curso por meio de consultas nas bases de dados eletrônicos, Biblioteca Virtual em Educação, incluindo revistas eletrônicas especializadas que discutem sobre a temática em pauta e a pesquisa de campo, utilizando os instrumentos como: roda de conversa, observação participante e análise documental, para dar continuidade a análise dos dados que serviram de base e foram obtidos pela escola campo. Os resultados atestaram que a abordagem interdisciplinar, especialmente com foco em matemática, é uma ferramenta poderosa para despertar a valorização do campo entre os aprendizes. Constatou-se que ao introduzir discussões que envolvam elementos da educação do campo, por meio dos temas geradores proporcionaram resultados satisfatórios. Ao empregar um método de estudo que integra a participação dos camponeses, ensino contextualizado e interdisciplinar, consegue-se combater injustiças, promover o empoderamento e o fortalecimento das identidades. Além disso, essa abordagem permite que as crianças façam escolhas conscientes sobre onde desejam viver, sentindo-se parte do processo e reconhecendo que o lugar onde habitam pode oferecer qualidade de vida e dignidade e assim, os estudantes passam a perceber que viver no campo pode ser não apenas viável, porém podendo ser economicamente vantajoso e socialmente gratificante.