Mulheres negras e professoras atuantes nos municípios de Miracema e Santo Antônio de Pádua do noroeste fluminense: e a teimosia do não lugar

Abstract

O presente trabalho de pesquisa de Mestrado, foi desenvolvido no recinto do (PPGEDUC) Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneo e Demandas Populares, na (UFRRJ) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, sobre professoras negras atuantes na educação básica nos municípios de Miracema e Santo Antônio de Pádua, localizadas no Noroeste Fluminense. Uma das indagações deste trabalho é procurar saber quais empecilhos elas precisaram enfrentar para adentrarem e permanecerem no magistério, contrariando as estatísticas do lugar destas cidades destinado às mulheres negras; o trabalho subalterno. A metodologia de pesquisa é do tipo qualitativa, pois traz a história de vida das mulheres negras. Foi realizado revisão bibliográfica com autores que ajudaram a fundamentar o trabalho e que atrelada às análises das entrevistas semiestruturadas no período entre (2021, 2022 e 2023) possibilitou compreender sobre suas trajetórias e refletir a respeito das estratégias empregadas para não sucumbirem no ambiente escolar e fora dele, considerando que suas presenças se tornaram um ato político. O estudo apontou em algumas situações a não percepção com relação ao racismo, onde discurso de igualdade é cruel e poucas são as que conseguem galgar um lugar de liderança ou de coordenação. A vida das professoras negras se ressignifica à medida que elas passam por um processo de ascensão social e visibilidade. Porém está mobilidade não é proteção para que elas não sofram com racismo tão naturalizado no Brasil que se materializa em meio a inércia e a crença do mito da democracia racial nas cidades pequenas do interior.