Uma escritora silenciada: por que levar as obras de Maria Firmina dos Reis para a sala de aula da educação Básica?

Abstract

Maria Firmina dos Reis foi uma professora e escritora maranhense do século XIX, que atualmente vem sendo reconhecida como uma das precursoras da literatura feminina e negra brasileira. Seu primeiro romance, Úrsula, publicado em 1859, revelou a face antiescravista da autora. O romance também inaugura a chamada literatura afro-brasileira, ou seja, a literatura de produção afrodescendente, que tem como temática a negritude a partir de sua própria perspectiva. Maria Firmina dos Reis também colaborou sistematicamente com a imprensa de São Luís, publicando uma série de textos e contos, além do livro de poesias intitulado Cantos à beira-mar, de 1887, retornando com mais força aos seus ideais abolicionistas. Apesar de ser oriunda das massas, a autora não se dirigia necessariamente a elas, encontrando na literatura uma forma de expressão política e artística. Pois, mesmo não tendo vivido como escrava, assistia de perto as mazelas da escravidão, o que evidência em boa parte de sua obra. Partindo desse entendimento, o presente trabalho teve como objetivo estudar os motivos silenciamento de Maria Firmina dos Reis, buscando evidenciar a importância de se levar a autora para as salas de aula em diferentes modalidades de ensino. Para tanto foi realizada uma revisão de literatura, onde se buscou autores que explicassem o tardio reconhecimento de uma autora que debateu criticamente temáticas históricas e sociais, dentro de um universo literário que dialogou com seu tempo, contestando muitos aspectos da sociedade da sua época.