O Mapa Mental como recurso didático no Ensino Fundamental II: Turismo e as possibilidades de lazer dos alunos da Escola Municipal Benedito dos Santos Barbosa em Angra dos Reis, RJ

Abstract

Este trabalho surge a partir da minha atuação como professor de Geografia em escolas públicas nos níveis Fundamental e Médio. Diversas inquietações foram surgindo no decorrer do tempo, principalmente relacionadas a um melhor aproveitamento do conteúdo cartográfico em sala de aula, com vistas a estimular o senso crítico e o raciocínio espacial dos educandos. Nesse contexto, os mapas mentais por se tratarem de representações que não exigem todo o rigor metodológico de representações cartográficas convencionais, apresentam-se como um interessante recurso didático-pedagógico a serem trabalhados com os alunos de Ensino Fundamental. Os educandos em questão estudam em turmas de 6º ao 9º ano da Escola Municipal Benedito dos Santos Barbosa, escola em que leciono, no bairro da Monsuaba em Angra dos Reis – RJ. A referida cidade, tem como importante característica, um processo de produção espacial marcado por um modelo excludente e contraditório, com a implantação de grandes projetos empresariais e de infraestruruta, além de uma proposta de desenvolvimento turístico voltada para camadas mais abastadas da sociedade. Todo esse contexto influencia na dinâmica e no arranjo social local, impactando no acesso a direitos básicos, como, por exemplo, o lazer. Desse modo, este trabalho tem como objetivo analisar o uso dos mapas mentais nas aulas de Geografia do Ensino Fundamental II, relacionando o processo de turistificação do município de Angra dos Reis com as possibilidades de lazer destes alunos. Para isso, é utilizada a proposta metodológica da Pesquisa-ação, que tem como característica a participação ativa dos sujeitos envolvidos na pesquisa. Desta forma, o pesquisador e os participantes da situação pesquisada atuam em cooperação. Nesse contexto, buscou-se uma articulação entre o referencial teórico e a prática em sala de aula, esta última composta por aulas temáticas, entrevistas/questionários, oficinas de alfabetização cartográfica, elaboração de mapas mentais e análise conjunta dos resultados. Percebeu-se então, que a cartografia, a partir do uso de mapas mentais como instrumento didático, contribuiu substancialmente para os debates em torno da produção do espaço local e o direito ao lazer e, consequentemente para processo de ensino-aprendizagem.