Será que realmente não há nada em Japeri – RJ?: Uma abordagem didática da paisagem para compreensão do lugar

Abstract

Para que o ensino de Geografia atinja seus objetivos, é fundamental adotar metodologias que priorizem a construção do conhecimento e estejam conectadas à realidade dos estudantes. Nesse contexto, apresentar a Geografia com base nos conceitos de lugar e paisagem é uma abordagem pertinente, pois contribui para o desenvolvimento de uma leitura crítica da realidade. A partir do estigma negativo e de falas depreciativas, dos próprios estudantes, de que Japeri é “feio”, criou-se a pergunta de investigação: É possível mudar a percepção negativa e deixar as aulas mais interessantes utilizando as paisagens de Japeri?”. Nesta direção, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar o potencial paisagístico do município de Japeri-RJ para contribuir como subsídio ao ensino de Geografia para estudantes do sexto ano da rede pública municipal. Considerando que Japeri é um município periférico da Baixada Fluminense e enfrenta escassez de materiais didáticos específicos sobre o lugar para uso em sala de aula, optou-se por analisar os elementos das paisagens locais com o objetivo de explorá-los como recursos pedagógicos. Como aporte teórico utiliza-se a paisagem na vertente da Geografia Cultural em Sauer (1925), Berque (1984) e Cosgrove (1989) que trabalham, respectivamente, com as concepções de percepção, experiências humanas e significados. Além disso, tem-se apoio em Yi-Fu Tuan (1980) no que tange ao conceito de lugar, uma vez que trata da relação afetiva e sentimental com o local de vivência, ou seja, Topofilia. A metodologia, baseia-se na Pesquisa-Ensino de Penteado (2010), pois aborda o desejo de transformação da práxis pessoal e da investigação do processo ensino-aprendizagem, além disso houve aplicação e análise de um questionário com estudantes do 6o ano para entender a percepção que têm sobre o município, em seguida foi desenvolvida e aplicada uma atividade utilizando paisagens de Japeri através da geotecnologia StoryMap do ArcGis Hub. A atividade foi descrita e acompanhada pela análise de um questionário relacionado a ela, evidenciando resultados positivos. Os alunos, público-alvo da proposta, demonstraram apreço pelo uso do StoryMap, valorizando mais o lugar onde vivem, fortalecendo sua conexão afetiva e reconhecendo a importância da relação com a cidade.