Avaliação financeira de empresas dos setores de energia elétrica, telecomunicações e papel e celulose com destaque no Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (Base 2024)

Abstract

Este estudo avaliou o desempenho financeiro em conjunto com o desempenho em sustentabilidade corporativa de empresas dos setores de telecomunicações, energia e papel e celulose presentes na carteira 2024 do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3. As empresas analisadas foram: Telefônica Brasil e TIM (telecomunicações); ENGIE Brasil e CPLF Energia (energia); Klabin S.A e Suzano S.A (papel e celulose). O objetivo principal da pesquisa foi oferecer uma perspectiva útil para investidores que consideram critérios de sustentabilidade na seleção de ativos. O desempenho financeiro foi avaliado com base em dados do ano de 2024, utilizando-se de uma análise fundamentalista que contemplou indicadores de balanço (valor de mercado, margem líquida, liquidez corrente, dívida sobre patrimônio líquido), análise de múltiplos (preço sobre lucro) e análise pelo sistema DuPont (ROE e ROA). Para o desempenho em sustentabilidade, foram considerados os critérios utilizados pelo ISE B3, agrupados nos temas: capital humano, governança corporativa e alta gestão, modelo de negócios e inovação, capital social, meio ambiente e mudança do clima. Os dados foram obtidos nos sites de relações com investidores das respectivas empresas e na plataforma ESG Workspace ISE. Os resultados indicam que, entre as empresas analisadas, um melhor posicionamento em sustentabilidade corporativa não implica, necessariamente, em um desempenho financeiro superior no curto prazo. Observou-se que a empresa com melhor desempenho financeiro não foi aquela mais bem classificada em termos de sustentabilidade, segundo os critérios do ISE-B3. Isso sugere que, embora o índice seja uma ferramenta relevante para identificar empresas comprometidas com práticas sustentáveis, ele não deve ser utilizado de forma isolada por investidores que buscam maximizar retornos financeiros, já que a melhor colocação no índice não garante maior rentabilidade. Mas, torna-se relevante aos investidores que buscam conhecer a atuação da empresa nos quesitos socioambientais.