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Tipo do documento: Dissertação
Title: Nas encruzilhadas do axé: representações sociais acerca das religiosidades de matriz africana
Other Titles: At the crossroads of axé: social representations of African-based religions
Authors: Pereira, Rickson
Orientador(a): Naiff, Luciene Alves Miguez
Primeiro membro da banca: Naiff, Luciene Alves Miguez
Segundo membro da banca: Gianordoli-Nascimento, Ingrid Faria
Terceiro membro da banca: Peixoto, Alvaro Rafael Santana
Keywords: religiosidades de matriz africana;representações sociais;racismo religioso;african-origin religions;social representations;religious racism
Área(s) do CNPq: Psicologia
Idioma: por
Issue Date: 18-Mar-2025
Publisher: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto de Educação
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Citation: PEREIRA, Rickson. Nas encruzilhadas do axé: representações sociais acerca das religiosidades de matriz africana. 2025. 84 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Instituto de Educação, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2025.
Abstract: Este estudo procurou investigar as representações sociais acerca das religiosidades de matriz africana na região da Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, com o intuito de compreender como que essas práticas religiosas são organizadas por pessoas religiosas e pessoas não religiosas. A pesquisa contou com a participação voluntária de 200 pessoas, as quais foram divididas em dois grupos: pessoas com religiosidades de matriz africana e pessoas sem essas religiosidades. Como principal referencial teórico foi escolhida a Abordagem Estrutural da Teoria das Representações Sociais, a qual foi pensada por Jean-Claude Abric, e os dados foram examinados através das técnicas de análise prototípica e análise de similitude, o que possibilitou verificar as associações com uma maior frequência nas representações de cada um dos grupos da amostra. Os resultados evidenciaram contrastes significativos entre os dois grupos de participantes. As pessoas praticantes retrataram essas religiosidades como práticas ligadas a valores como: acolhimento, ancestralidade e resistência. Termos como caridade, amor e fé apareceram como sendo centrais, o que indica para a positividade associada a essas práticas de matriz africana e o seu papel na conservação de identidades históricas e culturais, na visão de quem vive essas religiosidades. Em contraste, as pessoas que não são praticantes compartilharam percepções mais estigmatizadas, com foco em palavras como macumba e diabo, o que evidencia os preconceitos e estereótipos associados as religiosidades de matriz africana. Essas diferenças indicam uma dualidade importante: enquanto as pessoas que são praticantes reconhecem a riqueza simbólica e cultural das religiosidades de matriz africana, as pessoas que não são praticantes tendem a apresentar ideias estigmatizadas. Os resultados apontam para o racismo estrutural no Brasil, o qual institui o processo de inferiorização dessas religiosidades, em virtude das suas ligações históricas com a população negra. Esses preconceitos são fomentados por uma lógica que organiza as práticas relacionadas a população negra como inferiores, o que reforça as desigualdades e exclusões. A pesquisa também evidenciou que as religiosidades de matriz africana são mais do que práticas religiosas, elas se organizam como espaços de resistência, cuidado e conexão com a espiritualidade. Apesar dos estigmas, as pessoas praticantes destacaram o seu valor como mecanismo de força e afirmação, reafirmando o seu papel na reconstrução de narrativas positivas acerca das origens africanas no Brasil. Portanto, percebe-se que as representações sociais das religiosidades de matriz africana são construídas a partir de processos históricos e sociais complexos, os quais variam entre reconhecimento e marginalização. Sendo assim, a valorização dessas práticas exige ações que sejam capazes de promover o diálogo, a desconstrução de representações preconceituosas e o respeito à diversidade religiosa. Este estudo possibilita meios para esse debate ao mostrar como as percepções sociais sobre a Umbanda e o Candomblé são influenciadas por desigualdades históricas e estruturais, oferecendo dados para reflexão sobre essas práticas no país.
Abstract: This study sought to investigate the social representations of African-based religions in the Baixada Fluminense region of Rio de Janeiro state, with the aim of understanding how these religious practices are organized by religious and non-religious people. The research involved the voluntary participation of 200 people, who were divided into two groups: people with African-based religions and people without such religions. The Structural Approach to the Theory of Social Representations, which was conceived by Jean-Claude Abric, was chosen as the main theoretical framework, and the data were examined using prototypical analysis and similarity analysis techniques, which made it possible to verify the associations with a greater frequency in the representations of each of the groups in the sample. The results showed significant contrasts between the two groups of participants. Practicing people portrayed these religions as practices linked to values such as: acceptance, ancestry and resistance. Terms such as charity, love and faith appeared to be central, which indicates the positivity associated with these practices of African origin and their role in preserving historical and cultural identities, in the view of those who practice these religions. In contrast, people who do not practice them shared more stigmatized perceptions, focusing on words such as macumba and diabo, which highlights the prejudices and stereotypes associated with religions of African origin. These differences indicate an important duality: while people who practice them recognize the symbolic and cultural richness of religions of African origin, people who do not practice them tend to present stigmatized ideas. The results point to structural racism in Brazil, which institutes the process of inferiorizing these religions, due to their historical links with the black population. These prejudices are fostered by a logic that organizes practices related to the black population as inferior, which reinforces inequalities and exclusions. The research also showed that African- based religions are more than just religious practices; they are organized as spaces of resistance, care, and connection with spirituality. Despite the stigmas, practitioners highlighted their value as a mechanism of strength and affirmation, reaffirming their role in the reconstruction of positive narratives about African origins in Brazil. Therefore, it is clear that the social representations of African-based religions are constructed based on complex historical and social processes, which vary between recognition and marginalization. Therefore, valuing these practices requires actions that are capable of promoting dialogue, deconstructing prejudiced representations, and respecting religious diversity. This study provides means for this debate by showing how social perceptions of Umbanda and Candomblé are influenced by historical and structural inequalities, offering data for reflection on these practices in the country.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/22804
Appears in Collections:Mestrado em Psicologia

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