Mães, filhas, esposas e madrinhas: as mulheres nos registros de batismo da Freguesia da Sé do Rio de Janeiro (1616-1702)

Abstract

O presente trabalho tem por intuito analisar os assentos de batismo registrados na Freguesia da Sé do Rio de Janeiro por volta do período de 1616 até 1702 (apesar de haver algumas lacunas durante esse período no que diz respeito à transcrição das fontes). Tal fonte será observada com ênfase especificadamente nos personagens femininos que lá aparecem. A intenção é relacionar os dados obtidos com as transcrições de tais fontes e racioná-las com a bibliografia existente acerca da história das mulheres no Brasil colonial, e tentar descortinar mais sobre a existência dessas mulheres, principalmente a partir de certas categorias tanto matrimonias como “Casada” e “Solteira”, mas também no que diz respeito a possíveis títulos possuídos pelas mesmas (como “Dona”) e até a posse de escravos. Além disso, será feita uma explanação sobre os discursos construídos ao longo do tempo em relação à mulher, sua estigmatização e consequentemente exclusão em alguns momentos de posições de mando, mas como por outro lado mesmo tendo tantos fatores que influíram na construção de uma imagem negativa a seu respeito, elas conseguiram atuar de algumas formas através de brechas abertas pelo próprio costume na América Portuguesa e também em certas áreas da África. Tal estudo será iniciado por um breve exame de como as mulheres tornaram-se objetos de estudo da história e consequente construção da área da História das Mulheres, incluindo a busca e discussões sobre métodos e teorias adequadas para tal empreitada.