Considerações sobre a qualidade da madeira de Khaya spp. (mognos africanos) de plantios florestais no Brasil

Abstract

As madeiras nobres são espécies valorizadas por suas propriedades tecnológicas especiais. Nos últimos anos, têm crescido o número de plantios florestais que visem o suprimento desse tipo de madeira, e o mogno africano (Khaya spp.) é uma das que mais se destacam no setor florestal brasileiro. Contudo a qualidade das madeiras de reflorestamentos pode ser inferior das de floresta nativa, devido ao rápido crescimento em conjunção com tratos silviculturais. O presente trabalho teve como objetivo o levantamento de informações na literatura pertinente ao setor florestal que permitissem a análise técnica acerca da qualidade da madeira de plantios florestais de mogno africano. O estudo baseou-se em pesquisa de revisão bibliográfica exploratória com utilização do método indutivo para geração de resultados prováveis para a qualidade da madeira dos mognos africanos implantados no Brasil. Foram realizadas considerações acerca dos empregos comumente dados a essa madeira, sobre a situação desses plantios no país, das propriedades tecnológicas apreciáveis na valorização da madeira de mogno africano e também sobre a correlação dos tratos silviculturais empregados nos reflorestamentos e seus devidos efeitos e influências esperados nos diferentes aspectos da qualidade da madeira de mogno africano. Concluiu-se que os mognos africanos são valorizados por sua coloração e sua boa trabalhabilidade, o que justifica seu uso principal na confecção de móveis. Além disso, práticas como a desrama e o desbaste são fundamentais para aumento da qualidade da madeira, enquanto a irrigação pode ter efeitos negativos, o que requer novos estudos específicos. Sugeriu-se que o prolongamento do ciclo de rotação pode ser solução para as possíveis perdas em qualidade derivadas da maior presença de madeira juvenil, baixa densidade e menor proporção de cerne esperados para a madeira dos plantios florestais de rápido crescimento. Por fim, recomendou-se o aumento do número de pesquisas científicas na área, para ajudar no desenvolvimento da cultura que ainda é cercada de incertezas técnicas e econômicas, mas apesar disso têm atraído atenção de agricultores brasileiros pioneiros.