Redução dos impactos na instalação e manutenção de linhas de transmissão

Abstract

O desenvolvimento de uma nação esta ligado ao uso e disponibilidade de fontes energéticas e suas formas de condução sustentáveis dos produtores aos consumidores. Este estudo objetiva avaliar os impactos produzidos sobre áreas de preservação permanente como resultados das ações metodológicas durante a implantação e manutenção de linhas de transmissão em 2 trechos de uma linha de transmissão que liga Goiás a São Paulo. Foram identificadas 183 áreas de preservação permanentes através do sensoriamento remoto, com auxílio do ArcGis 10.1. A avaliação considerou o relevo, tipo de solo, regeneração da vegetação dominante e processos erosivos. Os critérios técnicos na avaliação consideraram a literatura botânica, biologia da conservação, pedologia e legislação vigente a época da instalação da linha de transmissão. Num primeiro momento a coleta e avaliação dos dados foram feitas através do preenchimento de fichas de campo, confirmando as descrições do sensoriamento remoto, finalizando com a análise laboratorial e elaboração dos relatórios individuais. Como resultado no primeiro trecho, das 103 áreas estudadas, apenas três foram classificadas como de baixo potencial de regeneração, por apresentarem uma porção de pastagem, e por tanto deveriam ser isoladas e, se necessário, ações de restauração que permitissem o restabelecimento do continuo florestal deveriam ser tomadas. A ocorrência de pastagem nessas áreas foi devido a supressão parcial da vegetação para a passagem dos cabos de energia, permitindo a entrada de animais no trecho suprimido. No segundo trecho, nenhuma das 80 áreas obteve tal classificação, estando elas em regeneração ou totalmente preservadas. Conclui-se que as técnicas e metodologias empregadas garantiram o cumprimento dos serviços ambientais preconizados pela lei, sendo a abertura da faixa de servidão com a supressão vegetal restrita a faixa de 3 m permitiu que a resiliência local restabelecesse o contínuo florestal. Os impactos produzidos durante a instalação são facilmente reparados com medidas simples de restauração florestal, como o isolamento das áreas afetadas e o plantio de espécies ocorrentes da região que permitissem a reestruturação dos processos ecológicos. Por fim, não se podem desconsiderar os efeitos negativos produzidos sobre as áreas de preservação decorrente do entorno da linha, sendo a principal causa da redução da capacidade de regeneração natural da vegetação.