Análise dos custos de produção de cavacos de madeira produzidos a partir de resíduos madeireiros urbanos: um estudo de caso de uma empresa no Rio de Janeiro

Abstract

A preocupação sobre a garantia do fornecimento de energia tornou-se um tema debatido no Brasil e no mundo por se tratar de um insumo fundamental para o desenvolvimento das nações. Nesse aspecto, fontes alternativas de energia e tecnologias mais eficientes vêm sendo desenvolvidas para garantir o fornecimento de uma energia limpa, de qualidade e com preço acessível. No Brasil as Usinas Termelétricas, com uso de combustíveis fósseis, foram estabelecidas como um recurso complementar às fontes hidráulicas, mas passaram a ser usadas constantemente devido à crise hídrica sofrida pelo País, o que elevou o custo da energia fornecida, já que esse tipo de Usina possui um custo de operação elevado. Nesse contexto, a biomassa é apontada como fonte de energia alternativa, limpa, renovável e de baixo custo e que atende aos critérios de qualidade exigidos. No cenário atual, diversas empresas adotaram os cavacos de madeira como fonte de energia, com potencial de redução dos custos de geração de energia. Dessa forma, esse trabalho foi desenvolvido a partir de um estudo de caso de uma empresa produtora de cavacos de madeira a partir de resíduos madeireiros urbanos com objetivo de estimar custo de produção de cavacos de madeiras de forma que ateste o potencial econômico desse produto. Para a estimativa dos custos operacionais, utilizou-se da metodologia proposta pela FAO em 1956 segundo Machado e Malinovski (1988), separando os custos em fixos, variáveis e administrativos. Foram utilizados valores estimados e reais fornecidos pela empresa. Para a determinação do custo de produção, foi feita a razão entre o custo operacional, calculado nesse trabalho, e a produtividade da empresa. A produção de cavacos de madeira da empresa em estudo apresentou um custo de produção de R$ 19,10/m³ no ano de 2018. Esse valor foi 27,34% superior ao que foi estimado pela empresa, onde se esperava um custo de produção de R$ 15,00 para aquele ano. Essa diferença é explicada pelas constantes interrupções da central de reciclagem, onde o equipamento operou 860 horas a menos do que era planejado, refletindo diretamente no custo de produção. A falta de indicadores e registros detalhados por parte da empresa são fatores que dificultaram o planejamento operação, contribuindo para o resultado muito aquém do esperado.