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Tipo do documento: Dissertação
Título: Controvérsias sobre a Dimensão Social da Agroecologia: uma comparação entre os discursos políticos da FAO e da Via Campesina
Otros títulos: Controversies in the Social Dimension of Agroecology: a comparison between the political discourses of FAO and Via Campesina
Autor: Reinach, Mariana Homem de Mello
Orientador(a): Ferreira, Andrey Cordeiro
Primeiro membro da banca: Schmitt, Cláudia Job
Segundo membro da banca: Carvalho, Igor Simoni Homem de
Terceiro membro da banca: Silva, Selmo Nascimento da
Palabras clave: Agroecologia;Ecologia Social;Sistemas agroalimentares;Natureza e Sociedade;Agroecology;Social Ecology;Agri-food systems;Nature and society
Área(s) do CNPq: Ciências Sociais
Idioma: por
Fecha de publicación: 16-mar-2020
Editorial: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Citación: REINACH, Mariana Homem de Mello. Controvérsias sobre a Dimensão Social da Agroecologia: uma comparação entre os discursos políticos da FAO e da Via Campesina. 2020. 187 f. Dissertação (Mestrado de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2020.
Resumen: A defesa da agroecologia tem congregado pessoas e instituições diversas, representando camadas sociais e interesses divergentes e mesmo antagônicos. A presente pesquisa teve por objetivos, por um lado, realizar uma leitura crítica sobre o contexto geopolítico global que acompanhou a emergência e difusão da agroecologia pelo mundo, e por outro, identificar o conteúdo político e ideológico do que se afirma como a “dimensão social da agroecologia”. Para isso acompanhamos a trajetória de desenvolvimento do termo “agroecologia” desde os anos 1930 até os dias de hoje, bem como a trajetória de seu par antagônico – a ciência agrícola convencional ancorada pelo pacote tecnológico da Revolução Verde e que em sua segunda etapa vem incorporando elementos de ecologização técnica e de valorização de conhecimentos “locais”, integrando-os de forma subordinada nos quadros de acumulação. Demos especial atenção ao período compreendido entre os anos 1990 e 2000 - cenário de emergência do neoextrativismo e das propostas de “desenvolvimento sustentável” e de “multiculturalismo neoliberal” disseminado por organismos multilaterais - que coincide com o momento em que a agroecologia ganha maior destaque e espaço no debate público. Em seguida, realizamos a análise empírica sobre os discursos políticos da Via Campesina e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) sobre agroecologia. Por terem capilaridade internacional, ambas as organizações influenciam e são influenciadas por uma ampla gama de sujeitos e instituições, o que torna seu discurso particularmente relevante. A partir de documentos oficiais, relatórios e declarações destas entidades pudemos observar como se construiu o conceito de agroecologia em cada uma delas. Utilizando a Ecologia Social de Murray Bookchin e a teoria anarquista de Mikhail Bakunin como lentes teóricas e ferramentas analíticas e interpretativas, identificamos que a distinção fundamental entre os “tipos” de agroecologia reside nos campos da diferenciação de classe, da ideologia, da organização social e da relação estabelecida entre humanidade, sociedade e natureza. Concluímos que hoje há uma coexistência entre um saber agroecológico que tende a assumir uma forma hegemônica-dominante-central, alinhado à segunda etapa da Revolução Verde e aos centros de poder, construído a partir de uma política econômica liberal como prática governamental; e um saber agroecológico em sua forma subalterno-periférica-insurgente, alinhado às periferias do poder, construído a partir de práticas emancipatórias em busca de autonomia e territorialização do campesinato. Esses dois “tipos” de agroecologia, ao mesmo tempo que se excluem, se reforçam mutuamente a partir da dialética entre autoridade e liberdade.
Abstract: The advocacy of agroecology has brought together diverse people and institutions, representing divergent and even antagonistic social strata and interests. The objectives of this research were, on the one hand, to carry out a critical reading on the global geopolitical context that accompanied the emergence and diffusion of agroecology throughout the world, and on the other, to identify the political and ideological content of what is stated as the “social dimension of agroecology ”. To this end, we follow the development trajectory of the term “agroecology” from the 1930s to the present day, as well as the trajectory of its antagonistic pair - conventional agricultural science anchored by the technological package of the Green Revolution and which in its second stage has been incorporating elements of technical ecologization and valorization of “local” knowledge, integrating them in a subordinate way in the accumulation tables. We paid special attention to the period between the 1990s and the 2000s - the emergence of neo-extractivism and the proposals for “sustainable development” and “neoliberal multiculturalism” disseminated by multilateral organizations - which coincides with the moment when agroecology gains more prominence and space in the public debate. Then, we carried out an empirical analysis on the political discourses of Via Campesina and the United Nations Food and Agriculture Organization (FAO) on agroecology. Because they have international reach, both organizations influence and are influenced by a wide range of actors and institutions, which makes their discourse particularly relevant. Using official documents, reports and statements from these entities, we were able to observe how the concept of agroecology was constructed in each case. Using Murray Bookchin's Social Ecology and Mikhail Bakunin's anarchist theory as theoretical lenses and analytical and interpretative tools, we identify that the fundamental distinction between "types" of agroecology lies in the fields of class differentiation, ideology, social organization, and the established relationship between humanity, society, and nature. We conclude that today there is a coexistence of agroecological knowledge that tends to assume a hegemonic-dominant-central form, aligned with the second stage of the Green Revolution and the centers of power, based upon a liberal economic policy as a government practice; and agroecological knowledge in its subaltern-peripheral-insurgent form, aligned with the peripheries of power, built from emancipatory practices in search of autonomy and territorialization of the peasantry. These two “types” of agroecology, while excluding one another, reinforce each other, following the dialectic between authority and freedom.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11561
Aparece en las colecciones:Mestrado em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade

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