Microrganismos promotores do crescimento vegetal, inibidores de nitrificação e urease como estratégia para aumentar a eficiência do uso do N fertilizante em plantas de sorgo

Abstract

O uso de inibidores de volatilização de amônia e nitrificação provou ser bem-sucedido na redução das perdas de N após a aplicação de uréia nas culturas, que em combinação com a inoculação de sementes com bactérias promotoras de crescimento de raiz vegetal (PGPB) aumentaria a eficiência da fertilização. Esta hipótese foi testada neste estudo. Um experimento foi realizado na estação experimental da Embrapa Agrobiologia, localizada em Seropédica, no Rio de Janeiro. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com seis tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos consistiram em diferentes estratégias de adubação nitrogenada: sem adição de N (T1); ureia (120 kg N ha-1) (T2); ureia (60 kg N ha-1) (T3); inoculação de sementes com as estirpes de Azospirillum brasilense ABV4 e ABV5 + uréia (60 kg N ha-1) (T4); ureia revestida (60 kg N ha-1) com NBPT (T5); e ureia revestida (60 kg N ha-1) com inoculação de sementes NBPT + A. brasilense ABV4 e ABV5 (T6). Cada parcela tinha 4 m de comprimento por 4 m de largura, com 0,50 m de espaço entre linhas. Na semeadura, as plantas foram fertilizadas com 80 kg de P2O5 ha-1 como superfosfato simples, 40 kg de K2O ha-1 como cloreto de potássio e 3 kg de micronutrientes ha-1 como Cana Micros Plus®. A adubação da uréia foi dividida em duas parcelas, com 20 kg N ha-1 na semeadura e 40 kg N ha-1 como cobertura. As coletas para quantificação das emissões de N2O e NH3 foram realizadas durante a condução do experimento em campo e os rendimentos de grãos e palha foram quantificados na colheita. Os resultados foram submetidos à ANOVA e médias significativamente diferentes foram comparadas pelo teste l.s.d. com p<0,05. Em relação às emissões de N2O, o uso de inibidor de nitrificação não mostrou diferenças estatísticas entre os tratamentos Ureia (60 kg N ha-1) + DCD e a ureia pura (60 kg N ha-1) ou ureia pura (60 kg N ha-1) + A. brasilense, já o tratamento com ureia + DCD + Azospirillum difertiu estatisticamente do tratamento ureia (60 kg N ha-1) + DCD com uma redução de 45% nas emissões de N2O. A volatilização da amônia na ausência de inibidor foi de cerca de 10% do N adicionado, independentemente da dose de aplicação, mas quando presente, o inibidor reduziu pela metade as perdas de N. Não houve efeito da inoculação das sementes nas perdas por volatilização. A produção de grão foi afetada pelo uso de Azospirillum e ou Azospirillum + Inibidores com um incremento de 1,7% e 7,7% em relação ao tratamento com ureia pura (60 kg N ha-1), porém não foi possivel observar diferenças significativas entre os respectivos tratamentos. Não foi possivel verificar uma sinergia na eficiência do uso de fertilizantes ao combinar as tecnologias de inibidores de volatilização e nitrificação em conjunto com a inoculação de sementes com PGPB.