Relação si mesmo e posicionamento na narrativa de universitários com necessidades educacionais específicas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Abstract

A proposta deste estudo é refletir sobre as barreiras que o universitário com Necessidades Educacionais Específicas (NEE) pode trazer consigo, resultantes de uma trajetória de exclusão, relacionadas ao processo de identificação ou não identificação com o contexto acadêmico, com o processo de socialização e de posicionamento. Dessa forma, esta pesquisa versa sobre a relação entre os conceitos de Si Mesmo e Posicionamento dos universitários com Necessidades Educacionais Específicas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Os estudos foram fundamentados nas obras de Bruner e Harré, sob a perspectiva da psicologia cultural. A pesquisa contou com a participação de quatro estudantes universitários, dois estudantes com deficiência visual, um estudante com deficiência auditiva e um estudante com deficiência múltipla. A principal ferramenta utilizada para a coleta de dados foi a Entrevista Narrativa (individual e livre), além de uma oficina com os quatro participantes, com o tema “Não falem por nós, temos voz”. A análise de dados foi realizada de acordo com os seguintes objetivos específicos: Identificar nas narrativas dos estudantes com NEE, na UFRRJ, suas experiências acadêmicas como universitários diante do processo de inclusão/exclusão no contexto das Instituições de Ensino Superior (IES); Investigar a relação entre a construção dos significados de ser universitário com NEE e o conceito de Si Mesmo e Investigar a relação entre a construção dos significados de ser universitário com NEE e o conceito de Posicionamento. Apontamos como resultado da pesquisa que existe uma estreita relação entre o Si mesmo e o posicionamento. O posicionamento do sujeito influencia na autopercepção, assim como, a autopercepção fomenta diferentes posicionamentos em contextos enquanto processo dinâmico, aberto e sistêmico. Enfim, observamos que os universitários com NEE produzem reflexões orientados a caminhos e possibilidades, que oportunizam um processo de educação genuíno e emancipador. Este estudo aponta para a potência das narrativas desses universitários, a força das palavras e atos, bem como a relevância do posicionamento em processos de percepção de si para legitimar direitos e deveres.