A construção de sentido e argumentação dos alunos por meio do gênero textual meme e o comentário de internet

Abstract

A ampliação do uso das tecnologias da comunicação no mundo contemporâneo, acelerou o compartilhamento de informações e modificou a relação interpessoal, cultural e social do homem a tal ponto que a linguagem, faculdade cognitiva, flexível, adaptável e responsável por expressar tais alterações, precisa atualmente ser estudada em articulação com as práticas sociais de uso da mesma e as tecnologias, a fim de que a aprendizagem de língua portuguesa contemple novas formas de se comunicar, significar e produzir cultura na pós-modernidade. Diante dessa realidade, a presente pesquisa pretende compreender se ao produzir sentido por intermédio do gênero digital multimodal meme, concebido conforme a concepção de Dawkins (1976) e Blackmore (2000), em interface com comentários de internet, é possível propiciar aos alunos do segundo segmento do ensino fundamental, o desenvolvimento das competências linguístico-discursivas, principalmente no que se refere à melhoria da produção escrita. Nesse sentido, propõe-se implementar uma proposta pedagógica embasada no modelo de Sequência Didática apresentada por Schneuwly e Dolz (2004), a partir do meme, a fim de acionar nos alunos a construção da opinião de mundo e a transição para a escritura de um comentário de internet. Tal proposta está ancorada nos pressupostos teóricos da Linguística Textual, através dos estudos de Bronckart (1999), Rojo (2005), Elias e Koch (2006), Bakhtin (1992, 2006), Marcuschi (1983, 2008) e em consonância com as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e a Base Nacional Comum Curricular de Língua Portuguesa. Não se pode ignorar o fato de que os alunos, cada vez mais, têm feito uso de ferramentas de áudio, vídeo, tratamento de imagem, edição etc., atuando ativamente em práticas de produção e replicação na cibercultura, como co-construtores de sentidos em ambientes virtuais, pois pertencem à Geração Digital. Diante desse novo paradigma, as práticas de ensino-aprendizagem de língua portuguesa devem se constituir, essencialmente, num espaço que privilegia as diversidades de linguagens, permite ao educando tornar-se protagonista na construção de conhecimento sobre a própria língua e como consequência a empregue eficientemente, atuando assim, como cidadão crítico e consciente