Entre kits e mamadeiras: o uso das políticas públicas de educação e sexualidades como plataforma discursiva do conservadorismo brasileiro entre os anos de 2015-2022

Abstract

Este trabalho de natureza teórica tem como objetivo analisar as permanências e transformações na formação continuada da prática docente ao longo dos últimos 20 anos. O enfoque se deu na centralidade no recorte temporal de 2015 a 2022. Em especial atenção aos saberes relacionado à educação e sexualidades no contexto escolar, focando em embates de narrativas que influenciaram as políticas educacionais no Brasil. Se por um lado, favoreceram a acumulação de capital simbólico ancorado no moralismo de grupos fundamentalistas religiosos, por outro lado, também provocaram a necessidade de abordagens do tema nas escolas por outros agentes políticos e profissionais, dos quais se destaca a abordagem psicanalista. Chama à atenção a identificação de uma demanda reprimida no desejo de saber sobre as sexualidades, visando possíveis intervenções nas práticas pedagógicas. Nesse sentido, foi realizada uma revisão da literatura da teoria psicanalítica e da educação para discutir os caminhos das sexualidades desde o governo Lula até a atualidade. A teoria psicanalítica foi utilizada para analisar os embates nas práticas pedagógicas. No campo da educação seu percurso histórico e metodologias identificaram a posição do educador no debate político sobre gêneros e sexualidades. Por fim, autores como Michel Foucault (2005), Pierre Bourdieu (1974), Maria Cristina Kupfer (2004) e Jimena Furlani (2011) fundamentam o embasamento teórico. Tais aspectos ressaltam a importância de examinar criticamente as implicações políticas e sociais dessas dinâmicas na formação docente e nas práticas educacionais.