Bioprospecção de compostos naturais voláteis frente a larvas de cochliomyia hominivorax.

Abstract

O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro o potencial inseticida de 15 diferentes OEs e os constituintes majoritários anetol, carvacrol e timol frente a larvas de Cochliomyia hominivorax. Neste estudo foram utilizadas larvas de terceiro estágio da mosca C. hominivorax mantidas em uma colônia laboratorial. Foram avaliados a atividade inseticida dos OEs de: Citrus bergamia, C. paradisi, Cinnamomum cassia, Copaifera reticulata, Cymbopogon flexuosus, C. winterianus, Eugenia caryophyllus, Illicium verum, Juniperus virginiana, Lavandula hybrida, Origanum vulgare, Pelargonium graveolans, Rosmarinus offcinalis, Salvia sclarea e Thymus vulgaris, dos constituintes majoritários: anetol, carvacrol e timol e o efeito associativo da combinação binária desses três constituintes majoritários. A avaliação da atividade biológica foi realizada a partir do contato da L3 com o papel filtro impregnado a diferentes concentrações do OE. A primeira etapa foi determinar a atividade inseticida dos 15 OEs expondo a larvas a uma faixa de concentração que variou de 2000 – 200 μg/cm2

. Para os OEs que apresentaram percentual de mortalidade de 100% foram determinadas as concentrações letais (CL) 50 e 90, assim como seus constituintes majoritários. Os dados foram tabulados e foi realizado o cálculo do percentual de mortalidade médio para os tempos de 24 e 48 horas após a exposição. Em seguida a CL50 e CL90 foram calculadas utilizando o programa RStudio Team®. Para o efeito associativo foram associados na proporção de 1:1 os constituintes majoritários e o efeito obtido foi calculado no programa CompuSyn versão 1.0, com o nível de significância estatística de p < 0,05 e intervalo de confiança (IC 95%). Na primeira etapa, o percentual de mortalidade foi igual a 100% para os OEs de I. verum, O. vulgare e T. vulgaris. Apresentaram percentual de mortalidade variando de 30 a 60% os OEs de C. bergamia, C. paradisi, C.cassia, C. flexuosus, E. caryophyllus e R. officinalis. Os demais apresentaram percentual de mortalidade inferior a 30%. A CL50 foram de 417,9 e 559,4 μg/cm2 e a CL90 foi de 913,9 e 1028,1 μg/cm2

para o OE de I. verum e o anetol, respectivamente, nas avaliações após 48 horas. Para o OE de O. vulgare a CL50 foram de 540,9 e 253,71 μg/cm2

e a CL90 foram de 1819,3 e 1193,9 1 μg/cm2 para as avaliações após 24 e 48 horas. Para o carvacrol CL50 foram de 970,5 e 931,9 μg/cm2 e a CL90

foram de 1700,2 e 1591,8 μg/cm2

para as avaliações após 24 e 48 horas. Para o OE de T. vulgaris

a CL50 foram de 407,1 e 314,8 μg/cm2

e a CL90 foram de 1149,4 e 589,7 μg/cm2 para as

avaliações após 24 e 48 horas. Para o timol CL50 foram de 255,7 e 102,3 μg/cm2

e a CL90 1008,6

e 690,1 foram de μg/cm2

para as avaliações após 24 e 48 horas. Na análise do efeito associativo das combinações binárias dos constituintes majoritários, foi possível comprovar um efeito antagônico do anetol com o carvacrol e o timol e um efeito sinérgico do carvacrol com o timol. Com base nos resultados expostos, é possível concluir que OEs podem ser uma alternativa para o controle de larvas de C. hominivorax, especialmente, os OEs de I. verum, O. vulgare e T. vulgaris, assim como, seus constituintes majoritários.