As origens destrutivas do agronegócio no Brasil e a miséria da sua "gestão produtiva"

Abstract

Na miséria da ideologia do agronegócio e na crise do sujeiro e do Estado modernos expressas no bolsonarismo, a guerra não se faz só com armas de fogo, mas também com o fogo das ideiais, com convencimento. Convencimento que o Iluminismo alçou a uma categoria de cientificidade supostamente neutra, por meio sobretudo da Economia Política que naturalizou a divisão do trabalho e a acumulação de capital. Nela se apga a origem destrutiva do capitalismo que se deu pela revolução das armas de fogo e por guerras, promovidas pelo complexo proto-industrial estatal militar (Kurz) dos nascentes Estados nacionais europeus, para no lugar disso contar fábulas idílicas sobre a natureza humana e justificar o capital como recompensa pelo esforço individual do trabalho dos ancestrais brancos civilizados. A origem do capitalismo ali brota espontaneamente do trabalho e das trocas feitas no passado pelos “pioneiros” da civilização, sem violência ou imposição, e se expressa numa evolução das técnicas e das ideias que culminam na indústria inglesa e no liberalismo.