Comparação entre métodos geofísicos e a tomografia sônica aplicados na análise de troncos e raízes de árvores

Abstract

A arborização urbana traz diversos benefícios, tanto estéticos como funcionais à população e ao meio ambiente. Porém, a falta de planejamento adequado com a escolha da espécie e as formas de manutenção e manejo, resultam na ocorrência de conflitos com a infraestrutura existente e transtornos sociais, como a queda de árvores, resultando em danos patrimoniais e até perda de vidas. Os critérios existentes para o diagnóstico da condição da sanidade limitam-se muitas vezes a avaliações visuais, sem informações sobre as condições internas de troncos ou da distribuição do sistema radicular no subsolo. O presente trabalho apresenta uma comparação das ferramentas disponíveis para tais análises, de troncos e raízes de árvores, através dos métodos geofísicos GPR (Ground Penetrating Radar) e eletrorresistividade (ER) e com o tomógrafo de impulso mecânico e resistógrafo. Foram analisados seis troncos árvores, localizados no Campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), entre as espécies de eucalipto (Eucalyptus sp.) e de munguba (Pachira aquática Aubl.). Nestas árvores foram realizadas as aquisições de dados com o tomógrafo de impulso mecânico, resistógrafo, GPR (antena de 1600 MHz) e eletrorresistividade. Já para a avaliação das raízes, foram selecionadas no Campus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) três árvores, sendo duas seringueiras (Havea brasiliensis L.) e um abricó de macaco (Couroupita guianensis Aubl.), onde foram adquiridos os dados com o tomógrafo de impulso mecânico e GPR (antena de 900 MHz). Pelos resultados obtidos nos troncos foi possível estabelecer poucas relações entre as metodologias utilizadas e suas respectivas propriedades físicas, tanto para uma análise qualitativa (visual da imagem gerada), quanto para quantitativa com a interpretação dos valores obtidos, pois mostram diferentes características da madeira estudada. Para as raízes, foi possível determinar uma região de ocorrência com o tomógrafo, obtendo as velocidades de propagação da onda mecânica e inferindo sua qualidade. Por outro lado, o método GPR é mais adequado para a discretização destas estruturas, através da profundidade de ocorrência e diâmetro.