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Tipo do documento: Tese
Title: Infecção por Bartonella spp. em gatos de abrigo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro: implicações clínicas, hematológicas e fatores associados
Other Titles: Bartonella spp. in shelter cats in the Metropolitan Area of Rio de Janeiro: clinical, hematological and associated factors
Authors: Raimundo, Juliana Macedo
Orientador(a): Baldani, Cristiane Divan
Primeiro coorientador: Favacho, Alexsandra Rodrigues de Mendonça
Primeiro membro da banca: Souza, Aline Moreira de
Segundo membro da banca: Ferreira, Renata Fernandes
Terceiro membro da banca: Souza, Heloiza Justen Moreira de
Quarto membro da banca: Machado, Carlos Henrique
Keywords: Bartonella spp.;gatos de abrigo;pulgas;fatores associados;hematologia;shelter cats;fleas;risk factors;hematology
Área(s) do CNPq: Medicina Veterinária
Idioma: por
Issue Date: 27-Feb-2018
Publisher: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto de Veterinária
Programa: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Citation: RAIMUNDO, Juliana Macedo. Infecção por Bartonella spp. em gatos de abrigo da Região Metropolitana do Rio de Janeiro: implicações clínicas, hematológicas e fatores associados. 2018. 56 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária, Patologia Clínica) - Instituto de Veterinária, Departamento de Medicina e Cirurgia Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica - RJ, 2018.
Abstract: Os gatos são os principais reservatórios de Bartonella henselae (Bh), B. clarridgeiae (Bc) e B. koehlerae (Bk), as quais podem ser transmitidas ao homem por meio de arranhões ou mordidas e causar doenças. No Brasil os estudos são escassos, principalmente aqueles que abordam a detecção molecular destas bactérias, bem como seus impactos na rotina clínica veterinária e saúde pública. O objetivo deste estudo foi detectar DNA de espécies de Bartonella em gatos de abrigos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e seus ectoparasitas e, adicionalmente, avaliar sinais clínicos, alterações hematológicas e fatores associados à infecção. Duzentos e oito gatos de abrigos foram subdivididos em dois grupos: G1, município do Rio de Janeiro (n=68) e G2, incluindo os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Mesquita, Nova Iguaçu, São Gonçalo e Seropédica (n=140). Os gatos foram avaliados clinicamente e inspecionados quanto à presença de ectoparasitos. Mediante contenção apropriada, amostras de sangue foram colhidas por venopunção cefálica e transferidas para tubos contendo o anticoagulante EDTA. A triagem para detecção de DNA de Bartonella spp. em amostras de sangue e ectoparasitos foi baseada nos genes gltA e ITS (16S-23S). A associação entre a infecção bacteriana, dados hematológicos, sinais clínicos e fatores de risco foi avaliada pelo teste exato de Fisher ou Qui-quadrado. No presente estudo, oitenta e três gatos (39,9%) foram positivos para Bartonella spp., dos quais 22,1% e 48,6% pertenciam ao grupo 1 e grupo 2, respectivamente. Tal discrepância pode ser atribuída às medidas de higiene e controle de pulgas aplicadas nos locais. DNA bacteriano foi detectado em pulgas e sangue de gatos infestados por pulgas positivas, os quais apresentaram duas vezes mais chances de se infectarem (p>0,05). Tal achado ressalta a importância destes ectoparasitos na transmissão dos patógenos entre os gatos. Bh e Bc foram detectadas em pulgas, enquanto que, Bh, Bc e Bk, em sangue de gatos bacterêmicos. Houve maior frequência de infecção em gatos amostrados nos meses de Março à Junho (p<0,05). É provável que os tutores, por acreditarem não se tratar de período de atividade de ectoparasitos, reduzam os programas de controle de pulgas. No entanto, outono ainda é uma estação ativa para pulgas, especialmente, no Rio de Janeiro onde as temperaturas permanecem moderadamente elevadas durante todo o ano. Gatos não castrados, com acesso à rua, histórico de briga, sem uso de ectoparasiticidas e infestados por pulgas demonstram-se mais propensos à infecção (p<0,05). Os dados reforçam a associação entre bacteremia e contato prévio com pulgas, e enfatiza C. felis como principal vetor. Com relação às alterações hematológicas, eosinofilia foi associada à infecção (p<0.05), sendo observada em 62,2% dos gatos infectados. A ocorrência Bartonella spp. em pulgas e gatos de abrigos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro enfatiza a necessidade de alertar a comunidade veterinária local, proprietários e autoridades de saúde pública para o risco desta zoonose. Medidas de controle devem ser implementadas para prevenir a infecção em gatos, hospedeiros vertebrados e pessoas.
Abstract: Cats are the main reservoirs of Bartonella henselae (Bh), B. clarridgeiae (Bc) and B. koehlerae (Bk), which can be transmitted to humans through scratches or bites and cause disease. In Brazil there are very few studies, especially focusing on molecular detection of Bartonella species, as well as their impact in veterinary clinical practice and public health. The aims of this study were to detect Bartonella DNA in blood of shelter cats from metropolitan area of Rio de Janeiro State and their ectoparasites, and, in addition, to evaluate associated risk factors, clinical signs, and hematological abnormalities. Two-hundred and eight cats were sampled and divided into groups: G1, those in the Rio de Janeiro municipality (n=68) and G2, those in the Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Mesquita, Nova Iguaçu, São Gonçalo, and Seropédica municipalities (n=140). Cats were physically examined and inspected for ectoparasites presence. By appropriate restrainment, blood samples were aseptically obtained by cephalic phlebotomy, transferred into sterile tubes containing EDTA anticoagulant.Bartonella DNA screening in EDTA-blood samples and ectoparasites was based on the genes gltA and ITS (16S-23S). The association between bacterial infection, hematological data, clinical signs, and risk factors was assessed by Fisher's exact test or chi-square test. In the present study, eighty-three cats (39.9%) were positive for Bartonella species, of which 22.1% and 48.6% were from G1 and G2, respectively. Such discrepancy may be explained by differences in local hygiene conditions and preventive flea control. Bacterial DNA was detected in fleas and in the blood of cats infested by positive fleas, which were twice as likely to become infected (p>0.05). This finding highlights the importance of these ectoparasites in the transmission of pathogens among cats. Bh and Bc DNA were detected in cat fleas, while Bh, Bc and Bk in blood from bacteremic cats. Cats with blood collected between March and June months were significantly more frequently infected (p<0.05). A possible explanation is that owners, thinking that cat flea season is over, reduce measures to control flea infestation in their pets. Indeed, autumn months represent an active period for fleas, especially in Rio de Janeiro, where temperatures remain moderate year round. Non-sterilized cats, with outdoor access, fight histories, without an ectoparasiticide prophylactic management and infested by fleas were more prone to be infected (p<0.05). The data reinforce the association between bacteremia and previous contact with fleas, and emphasizes C. felis as the main vector. Regarding hematological findings, eosinophilia was associated with infection (p <0.05), being present in 64% of bacteremic cats. The occurrence of Bartonella spp. in cats from shelters in the Metropolitan Region of Rio de Janeiro and their fleas emphasizes the need to alert the local veterinary community, owners and public health authorities to the risk of this zoonosis. Ectoparasites control measures, especially those designed to prevent flea infestation should be implemented to minimize the risk of infection by cats, other vertebrate hosts, and humans.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10133
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