Estudo de substâncias fenólicas da pele liofilizada dos frutos do jamelão (Syzygium Cumini (L.) Skeels)

Abstract

O jamelão (Syzygium cumini (L) Skeels) desperta interesse devido as suas propriedades benéficas, as quais geralmente estão ligadas à atividade antioxidante de compostos fenólicos presentes em sua composição, as antocianinas e os flavonoides. O objetivo deste estudo foi determinar o perfil das antocianinas presentes no pó da pele liofilizada do fruto do jamelão por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com Detector de Arranjos de Diodos (CLAE-DAD) e identificar outros flavonoides por Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência acoplada à Espectrometria de Massas-Quadrupolo- Tempo de Voo (CLUE-QTOF-EM/EM). A partir da pele liofilizada do fruto, foram elaborados três extratos diferentes: a fração de flavonoides não-antôcianicos, para separação por CLAE-DAD e indicação dos flavonoides não-antôcianicos por CLUE-EM/EM; o extrato antociânico, para o isolamento das antocianinas com uso do cartucho de troca-catiônica e identificação das antocianinas presentes por CLAE-DAD e o extrato metanólico, elaborado como comparativo ao extrato antociânico, para determinar a contribuição das antocianinas em relação as capacidades antioxidantes pelos métodos TEAC e ORAC. A indicação dos flavonoides ocorreu a partir do extrato de flavonoides não-antôcianicos. O potencial antioxidante pelas técnicas de TEAC e ORAC, e a quantificação dos compostos fenólicos totais foi determinada nos extratos antociânico e metanólico dos anos de 2017 e 2018. A avaliação da estabilidade das antocianinas foram feitas nos mesmo extratos (antociânico e metanólico), porém somente do ano 2017. Os flavonóides indicados por comparação dos fragmentos de massa obtidos com espectros de massas da literatura foram: miricetina-3-O-galactosídeo, miricetina-3-O-glicosídeo, mirecetina-3-O-pentose, miricetina-3-O-ramnose, siringetina-3-O-galactosídeo, siringetina-3-O-glicosídeo, laricitrina-3-O-glucoronídeo e querceitina-3-O-hexose,. Os dois últimos foram indicados pela primeira vez na pele desse fruto. Identificadas as antocianinas: delfinidina-3,5-O-diglicoídeo, cianidina-3,5-O- diglicosídeo, petunidina-3,5-O-diglicosídeo, malvidina-3,5-O-diglicosideo. A antocianina majoritária foi a petunidina-3,5-O-diglicosídeo. A capacidade antioxidante por TEAC, para o ano de 2017 a contribuição de antocianinas ambos em relação ao extrato metanólico foi de 18% e 5,0% para o ano de 2018. Na capacidade antioxidante por TEAC nos extratos metanólicos, as contribuições das antocianinas foram de 18% e 5% nos anos de 2017 e 2018, respectivamente. Para a análise de ORAC no extrato metanólico foram encontrados 29,5% para o ano de 2017, e 22,3% para o ano de 2018. Na análise comparativa de fenólicos totais nos extratos metanólico e antociânico no ano de 2017 a contribuição das antocianinas foi de 9,89%. E para o ano de 2018 a contribuição das antocianinas foi de 5,6%. A estabilidade das antocianinas totais e monoméricas do extrato metanólico no período de 0 a 60 dias não variou significamente (dia (0) 4,24 mg.100g-1 e dia (60) 4,50 mg.100g-1) e (dia (0) 3,96 mg.100g-1 e dia (60) 4,34 mg.100g-1), respectivamente. No extrato antociânico ocorreu uma pequena variação apenas no período de 0 a 15 dias. Para antocianinas totais (dia (0) 2,27 mg.100g-1 e dia (15) 1,73 mg.100g-1) , 15 e 60 dias não teve diferença, 1,73 mg.100g-1 e 1,69 mg.100g-1, respectivamente. Para antocianinas monoméricas, dia (0) 2,20 mg.100g-1 e dia (15) 1,66 mg.100g-1) e de 15 a 60 dias não teve diferença (1,66 mg.100g-1) e (1,62 mg.100g-1), respectivamente. O jamelão apesar de considerado um fruto não comercial, demonstrou ser uma fonte importante de compostos fenólicos (antocianinas e flavonoides).