Assistência estudantil: percepção dos discentes dos cursos de graduação do Instituto Federal do Espírito Santo - campus de Alegre.

Abstract

Objetivou-se avaliar a percepção dos discentes de graduação beneficiários pelos programas de assistência estudantil do Ifes campus de Alegre, bem como o impacto de tais programas em suas vidas acadêmicas. Participaram da pesquisa os discentes maiores de 18 anos dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas, Bacharel em Ciências Biológicas, Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Tecnólogo em Cafeicultura e Engenharia de Aquicultura, beneficiários dos programas de auxílio moradia, transporte e alimentação. Trata- se de uma pesquisa qualitativa e de caráter exploratória, cujos instrumentos de coleta de dados foram questionários e análise documental. O perfil socioeconômico foi construído a partir da análise das entrevistas sociais referentes ao processo seletivo para concessão de Programas de Atenção Primária de 2019. A coleta de dados das percepções foi obtida através de questionário com perguntas abertas e fechadas, sendo utilizada para estudo a Análise de Conteúdo de Bardin. Além de identificar alguns aspectos sociais, os resultados demonstraram que os programas de assistência estudantil desenvolvidos pelo campus vêm atendendo as necessidades básicas dos discentes, promovendo melhorias das condições econômicas e sociais, incentivando os estudos e contribuindo de forma significativa para a permanência na graduação. Contudo, ficou evidente no relato de alguns participantes quanto à necessidade de melhorias em alguns aspectos do programa, tais como reajuste nos valores dos auxílios e ampliação do número de discentes atendidos, enquanto outros sugeriram a oferta de residência universitária como alternativa ao auxílio moradia. Apesar de estarem inseridos em um programa que busca minimizar as desigualdades na educação, a fração majoritária dos participantes compreende a oferta dos programas como ajuda ou “boa ação” do campus aos mais carentes, aparentando desconhecer sua condição enquanto direito. Ao avaliar as críticas feitas ao programa, percebe-se que muitas se devem à exclusão dos discentes do processo de construção do Programa de Assistência Estudantil do Ifes. Portanto, é essencial que os mesmos não fiquem restritos à condição de assistidos, mas atuantes na consolidação de uma assistência estudantil justa e inclusiva, com o envolvimento de toda a comunidade acadêmica.