O “poder” do rei T’challa e da jovem Kamala Khan: identidades e subjetividades das juventudes contemporâneas

Abstract

Super-heróis permeiam o imaginário dos jovens contemporâneos. São capazes de atingir diversas mídias com suas histórias e princípios morais. O universo de super-heróis criados por grandes editoras, como a Marvel Comics, é rico em sua diversidade cultural. Ao apresentarem ao público heróis negros, mulçumanos, nativos americanos, chineses, japoneses etc., acabam colocando jovens alheios a tais realidades em contato com essas culturas. Quando notamos o poder de influência destas obras sobre os jovens, surge a possibilidade de analisar super-heróis como o Pantera Negra (T’Challa) e a Miss Marvel (Kamala Khan), um rei negro africano e uma jovem mulçumana em constante conflito com os princípios estadunidenses a respeito de suas etnias. Podemos então, buscar compreender como estes conhecimentos prévios, oriundos das histórias desses personagens, podem ser utilizados para enriquecer e aprimorar o processo de conscientização dos jovens sobre a diversidade cultural. Para tal, a compreensão do conceito de identidade e a percepção a respeito das formas com que estas histórias projetam determinadas formas de representação se mostram fundamentais, assim como o estudo sobre a construção das ideias de juventudes. Deste modo, o trabalho se propôs a analisar o contexto sócio histórico em que estes conceitos se desenvolveram, levando em consideração o que compõe este gênero de histórias, a indústria dos quadrinhos de super-heróis e seu potencial transmidiático capaz de alterar a capacidade de produção de subjetividade de personagens que surgiram nas páginas das histórias em quadrinhos.