A Oralidade Artística e A Educação em Arte: Um estudo sobre as tessituras do discurso artístico nas aulas de Arte em Ciep de Nova Iguaçu

Abstract

Esta pesquisa se propõe apresentar a utilização de vídeos com depoimentos de artistas sobre sua própria obra, funcionando como ferramenta auxiliar às aulas de Arte com turmas do II Segmento do Ensino Fundamental em Ciep integrante do Sistema Estadual de Ensino do Rio de Janeiro, localizado no Município de Nova Iguaçu. A proposição para utilização de depoimentos/documentários com artistas na prática pedagógica desenvolveu-se em minha experiência atuando como museóloga em projetos educativos em museus na cidade do Rio de Janeiro, e de uma experiência pessoal ocorrida no ano de 2004. O documentário estaria então na ordem de conhecimentos que são materiais e imateriais ao mesmo tempo: além de ensinar, transmitem significados através tanto de sua presença física quanto por sua capacidade de corroborarem informações frente sua característica intrínseca de serem relatos da realidade, de momentos pessoais (Museologia e Educação). Assim, ao levar o documentário para a sala de aula procuro unir possibilidades da museologia no ambiente escolar. Para esta pesquisa foram trabalhados três vídeos com artistas brasileiros (Cildo, sobre a obra do artista Cildo Meireles, A Obra de Arte, sobre o trabalho de 07 artistas – Beatriz Milhazes, Carlos Vergara, Cildo Meireles, Eduardo Sued, Ernesto Neto, Tunga, Waltércio Caldas – e Iberê – Matéria da Memória, sobre o artista Iberê Camargo). Optei por artistas brasileiros por três questões principais: em primeiro lugar procurando trazer ao aluno observações culturais brasileiras como o sotaque, a paisagem, as referências de vida dos artistas; segundo por levantar debates interdisciplinares já que muitos temas fazem referência a momentos históricos vividos por seus autores unindo referências históricas nacionais ou específicas de algum região, bem como despertando o interesse pela busca, em outras disciplinas, para pesquisa na forma de aquisição de alguns produtos ou de materiais e, em terceiro por haver maiores possibilidade de contato in loco com as obras apresentadas, já que há considerável acervo destes artistas em coleções de instituições públicas ou privadas em exposição. Durante o desenvolvimento desta pesquisa juntamente às turmas do 9°. ano, desenvolvemos uma expressão para estes vídeos: os “vidacomentario”. Mais do que um documentário, com um olhar externo da criação artística, estes vídeos apresentam o próprio artista expondo seu ato criador, aquilo que o (co)moveu, comentando sua produção, sua vida. Esta expressão levei à todas as turmas e trago à esta pesquisa.