As redes sociais e a formação humana sob o contexto das pós-verdades

Abstract

Esta pesquisa visa analisar a influência das redes sociais na formação humana de seus usuários sob o contexto da era da pós-verdade. Num cenário onde fatos objetivos são menos relevantes para a opinião pública que crenças pessoais ou suposições e onde 98,6% da população com faixa etária acima dos 10 anos fazem uso da internet por meio de um dispositivo móvel, faz-se necessária uma análise de como os usuários de redes sociais podem estar expostos à desinformação e a partir disso serem influenciados em suas opiniões pessoais ou até mesmo em seu comportamento nas relações interpessoais. No brasil, em 2023, já são 144 milhões de usuários em alguma rede social. Esses usuários convivem no ciberespaço com outros usuários reais e não reais, regidos pelas regras de algoritmos secretos e inseridos, muitas vezes, num debate superficial onde o discurso de ódio e o negacionismo científico são pautas em meio à polarização político-ideológica. Realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa e com caráter exploratório. Para obtenção dos dados, explorou-se registros bibliográficos e também foi realizado um roteiro de entrevistas semiestruturadas destinado a cinco estudantes das turmas de 1 e 2º anos do curso técnico em agropecuária integrado ao ensino médio e do 2º, 4º e 9º períodos do curso superior de zootecnia de um campus de instituto federal. Para análise das respostas, utilizou-se a análise de conteúdo de Laurence Bardin, e a partir das respostas, compreendeu-se que o uso das redes sociais proporciona interação, entretenimento e elas ainda atuam como fontes de informação. Por outro lado, verificou-se que seu uso também pode prejudicar a saúde mental de seus usuários os expondo à desinformação, discursos de ódio e polarização política por meio da desfragmentação social, além de moldar a opinião pública segundo interesses ocultos e influenciar a formação humana e o comportamento e hábitos de consumo de seus usuários. Portanto, considera-se importante que a educação atue no preparo dos estudantes para saberem filtrar e analisar criticamente aquilo que recebem por meio das mídias digitais, procurando estabelecer um comportamento de equilíbrio.