A experiência na gestão do manejo de árvores atacadas pelo besouro-metálico (Euchroma gigantea) em situação emergencial na cidade de Belo Horizonte/MG

Abstract

A cidade de Belo Horizonte – MG, desde o ano de 2016, passou a conviver com um problema grave na sua arborização urbana. Uma praga conhecida popularmente como “besouro metálico” foi identificada na cidade pela primeira vez em 2013, porém o ápice dos danos nas árvores aconteceu três anos depois. Árvores da família Malvaceae, as preferidas do coleóptero, começaram a cair na cidade, mesmo em dias ensolarados e com ausência de ventos, causando danos e transtornos que despertaram a atenção dos técnicos envolvidos com o manejo da arborização. Mungubas (Pachira aquática) e paineiras (Ceiba speciosa), espécies utilizadas com frequência na arborização urbana de boa parte das cidades brasileiras passaram a ter uma atenção reforçada nas vistorias e a serem monitoradas de forma mais intensa. O caso foi relatado às autoridades municipais que entenderam ser um caso de emergência na cidade. A Defesa Civil, em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, se encarregaram da gestão do caso, buscando ações que pudessem solucionar ou diminuir o problema. Estudos e treinamentos foram necessários como passo inicial para desenvolver ações e estratégias para combater a praga que causa diversos transtornos e prejuízos com sua presença na arborização. O reconhecimento do caso como emergencial foi um grande diferencial para tratamento do problema. Ações como divulgação da ocorrência da praga e dos riscos por ela causado ocorreram junto aos servidores municipais de Belo Horizonte e de cidades vizinhas, sendo ainda amplamente apresentados à população, buscando o envolvimento de todos, tanto para comunicar a existência de uma árvore com a presença do inseto, como ainda auxiliar na catação e destruição do besouro para fins de controle populacional. Na cidade não foi possível a erradicação da praga, até os dias atuais, pois as árvores continuam sendo atacadas, no entanto, a maior parte dos exemplares que seriam potenciais causadores de danos e transtornos diversos foram suprimidos. As árvores continuam sendo monitoradas. A gestão do caso no município se mostrou satisfatória e eficiente, embora casos semelhantes não tenham sido encontrados na literatura para que pudessem servir de referência. Aprendizados e a experiência com o assunto puderam contribuir para apontamentos de questões que necessitarão serem averiguadas, adotadas ou respondidas.