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Tipo do documento: Tese
Título: Devir e dialética nas estéticas do fragmento e da descontinuidade: práticas e reflexões para uma pedagogia da montagem
Título(s) alternativo(s): Becoming and dialectics in the aesthetics of fragment and discontinuity: practices and reflections for a pedagogy of montage
Autor(es): Neves, Luciana Diláscio
Orientador(a): Berino, Aristóteles de Paula
Primeiro membro da banca: Berino, Aristóteles de Paula
Segundo membro da banca: Costa, Affonso Henrique Vieira da
Terceiro membro da banca: Silva, Roberta Maria Lobo da
Quarto membro da banca: Silva, Alexandre Palma da
Quinto membro da banca: Oliveira, Gustavo Rebelo Coelho de
Palavras-chave: Montagem;Política;Estética;Imagens;Pedagogias;Montage;Politics;Aesthetics;Images;Pedagogies
Área(s) do CNPq: Educação
Educação
Idioma: por
Data do documento: 28-Fev-2023
Editor: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UFRRJ
Departamento: Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Citação: NEVES, Luciana Dilascio. Devir e dialética nas estéticas do fragmento e da descontinuidade: práticas e reflexões para uma pedagogia da montagem. 2023. 449 f. Tese (Doutorado em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares) – Instituto de Educação / Instituto Multidisciplinar, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica / Nova Iguaçu, 2023.
Resumo: Este trabalho se desenvolve a partir da observação e reflexão sobre a montagem como dispositivo estético-político que tem como princípio afirmar o caráter construtivo e propositivo das imagens e narrativas produzidas a partir da fragmentação e da descontinuidade. Os estudos sobre a montagem a caracterizam como modo de conhecimento que, pelo primado da imagem, renuncia às práticas de instrumentalização da linguagem e ao valor exclusivamente explicativo e conclusivo do discurso racional positivista. A pesquisa se apresenta em três partes. Na primeira, procuramos delinear um intercâmbio de práticas e reflexões a partir de produções estéticas no entreguerras – na cultura ocidental – que se utilizaram da montagem como embate político contra mecanismos de representação normativos e naturalizados das estruturas de poder; mecanismos que, em prol da persuasão de suas próprias narrativas, ocultam o processo de montagem que lhes consubstanciam, apagando as razões e finalidades que interessam a sua dominação, para se apresentar de modo impessoal e cabal. No período do entreguerras, o influxo entre movimentos estéticos e movimentos políticos de tendência revolucionária que vinham na esteira da revolução proletária enfatiza na utilização da montagem não apenas a crítica à manipulação política entre realidade e aparência própria do sistema técnico-industrial capitalista. Tal influxo enfatiza também, na atividade de “montar”, a perspectiva dialética que dimensiona as possibilidades de posicionamento e proposição dos sujeitos frente ao mundo como ato de criação, convergindo na própria ideia de construção da realidade como devir. As teorias e intercâmbios a respeito dos processos de montagem inseridos na experiência de devastação instaurada pelo capitalismo, a partir da Primeira Guerra mundial – passando por produções e reflexões no dadaísmo de Berlim, no cinema de vanguarda russo de Sergei Eisenstein, no surrealismo, na menção à autores como Bertolt Brecht e Walter Benjamin, entre outros – até exemplo de processo de montagem nos dias atuais, nos possibilitou pensar a montagem como campo de estratégias de resistência às determinações e unificação do tempo impostos pelo Neoliberalismo. Na segunda parte do trabalho, intencionamos assim delinear a respeito de uma pedagogia da montagem, dialogando com o educador Paulo Freire. As correlações são propostas na perspectiva da função criadora do pensamento, ao invés de reprodutora, e nas estratégias que estimulam nos/nas participantes suas responsabilidades como “construtores” e/ou “montadores” de sentido – na alternância dos estados em que cada um vive como quem apreende e como quem produz – predispondo religar experiência e realidade, subjetividade e objetividade, razão e imaginação para a leitura e proposição de imagens e realidades. Objetiva-se demonstrar que o ato de “montar” é também uma maneira de religar fragmentos de realidade, tornando apreensíveis relações subjacentes ou inconscientes que movimentam sentidos, instâncias e camadas múltiplas disto que pode ser vivida (pensada, sentida e imaginada) enquanto realidade; contribuindo com ações para a reconquista da participação na construção do mundo, compreendido não como determinado, mas como processo e devir. A terceira parte se refere a uma breve reflexão sobre possibilidade de experiência metodológica com montagem a partir de um exercício de escritura pensamento/imaginação, visual e/ou audiovisual realizado na montagem de fragmentos díspares selecionados.
Abstract: This work is developed from the observation and reflection on montage as an aesthetic-political device whose principle is to affirm the constructive and propositional character of the images and narratives produced from fragmentation and discontinuity. Studies on montage characterize it as a mode of knowledge that, due to the primacy of the image, renounces the instrumentalization of language and the exclusively explanatory and conclusive value of the positivist rational discourse. The research presents three parts. First, we seek to outline an exchange of practices and reflections based on interwar aesthetic productions – in Western culture – that used montage as a political clash against normative and naturalized representation mechanisms of power structures; mechanisms that, in favor of the persuasion of their narratives, hide the process of montage that substantiate them, erasing the reasons and purposes that interest their domination, to present themselves in an impersonal and complete way. In the interwar period, the influx between aesthetic movements and political movements of a revolutionary tendency that came in the wake of the proletarian revolution, emphasizes the use of montage, not just the criticism of the political manipulation between reality and the appearance of the capitalist technical-industrial system. This influx also emphasizes, in the activity of 'assembling', the dialectical perspective that measures the possibilities of positioning and proposition of the subjects facing the world as an act of creation, converging in the own idea of construction of reality as becoming. Theories and exchanges regarding the montage processes inserted in the experience of devastation introduced by capitalism, from the First World War onwards – passing through productions and reflections on Berlin Dadaism, Sergei Eisenstein's Russian avant-garde cinema, on surrealism, on the mention to authors such as Bertolt Brecht and Walter Benjamin, among others – even an example of the montage process today, enabled us to think of montage as a field of resistance strategies to the determinations and unification of time imposed by Neoliberalism. In the second part of the work, we intend to outline a pedagogy of montage, dialoguing with the educator Paulo Freire. The correlations are proposed in the perspective of the creative function of thought, instead of its reproduction, and in the strategies that encourage participants to take on their responsibilities as 'builders' and/or 'assemblers' of meaning – in the alternation of states in which each one lives as who apprehends and as the one who produces – predisposing to reconnect experience and reality, subjectivity and objectivity, reason and imagination for the reading and proposition of images and realities. The aim is to demonstrate that the act of 'assembling' is also a way of reconnecting fragments of reality, making apprehensible underlying or unconscious relationships that move senses, instances, and multiple layers of what can be experienced (thought, felt, and imagined) as reality; contributing with actions to regain participation in the construction of the world, understood not as determined, but as a process and becoming. The third part refers to a brief reflection on the possibility of a methodological experience with montage based on a thought/imagination, visual and/or audiovisual writing exercise carried out in the montage of selected disparate fragments.
URI: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20135
Aparece nas coleções:Doutorado em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares

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