Comparação de protocolos de fluidoterapia pré- operatória associado a anestesia inalatória ou intravenosa total para procedimentos anestésicos em cães com sepse

Abstract

A sepse é uma síndrome de disfunções orgânicas frente a uma resposta desregulada do organismo a uma infecção Certamente a disfunção cardiovascular se destaca em incidência e influência na morbidade do paciente desta forma, esse estudo clínico teve a proposição de avaliar diferentes protocolos de fluidoterapia associados à anestesia inalatória ou total intravenosa, na estabilidade hemodinâmica de cadelas com sepse, submetida a procedimento cirúrgico, para controle do foco infeccioso. Foram incluídas 32 cadelas, com diagnóstico de piometra e sepse (foco infeccioso mais uma disfunção orgânica), atendidas no HVPA – UFRRJ no período de 2018 a 2019. Após admissão, diagnóstico, avaliação clínica e laboratoriais, os pacientes foram distribuídos de maneira aleatória nos grupos Propofol 5 (P[5] - fluidoterapia restritiva pré-operatória na taxa de 5mL/kg/h e anestesia geral intravenosa), Propofol 10 (P[10]- fluidoterapia liberal pré-operatória na taxa de 10mL/kg/h e anestesia geral intravenosa) e Isofluorano 5 (I[5] – fluidoterapia restritiva pré-operatória na taxa de 5mL/kg/h e anestesia geral inalatória). Foram analisados os seguintes parâmetros: Lactato na admissão (LAC 1), pré cirúrgico (LAC 2) e na liberação (LAC 3) freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (f), pressão arterial sistólica (PAS),temperatura retal (TEMP), saturação de oxigenio (SpO2) e taxa de extração de dióxido de carbono (ETCO2) nos seguintes momentos PRE, T10, T20, T30, T40, T50, TEXT e TLIB.A depuração de lactato ( LAC 3-LAC 1) ] foi positivo somente no grupo P[5], com o grupo P[10] tendo os melhores valores. Não houve diferença estatística no requerimento de vasopressores entre os grupos. A fluidoterapia liberal apresentou maior estabilidade cardiovascular quando comparado com a fluidoterapia restritiva no período perioperatório. Com relação a anestesia geral, o isoflurano apresentou maior estabilidade cardiorespiratória que o propofol na manutenção anestésica. Os resultados demonstraram que, apesar de todos os três protocolos propostos serem seguros e sem diferença em superioridade entre eles, algumas alterações observadas podem ser relevantes e ponderadas quando for possível a individualização da terapêutica no paciente.