Experiências de mudança estrutural no séc. XXI: experiência da Bolívia (2006-2014)

Abstract

A Bolívia deu passos importantes no seu processo de industrialização. O valor adicionado da manufatura no período do governo Evo Morales, passou de U$$ 1,87bi em 2006 para U$$ 3,31bi em 2019. A Bolívia conseguiu acelerar sua taxa média de crescimento anual do valor adicionado da manufatura em 1% no governo Evo Morales, saindo de uma taxa média anual de 3% no período 1992-2005 para uma taxa média anual de 4% ao ano no período 2006- 2019. A participação da formação bruta de capital fixo passou de 14,30% do PIB em 2006 para 18,98% em 2019. A participação dos investimentos públicos no PIB saltou de uma de 6.87% em 2005 para 12,47% em 2019. A participação dos investimentos privados no PIB também cresceu: de 6,12% em 2006 para 8,57% em 2014, retraindo-se para 6,51% em 2019. Ademais, houve aumento da participação do valor adicionado da manufatura na Bolívia no mundo, passando de 0,0244% em 2006 para 0,0284% em 2018. Os indicadores também comprovam que houve aumento da participação de bens de capital sobre o total de importação, fato que caracteriza um aumento da adoção de tecnologias. A participação relativa dos empregos na indústria foi mantida, ao passo que a participação relativa empregos gerados na agricultura caíram no período, o que evidencia um deslocamento relativo do fator trabalho: de atividade de baixo valor agregado para atividades de maior valor agregado. As análises da elasticidade do emprego no valor adicionado da manufatura e da elasticidade dos salários na produtividade do trabalho apontaram correspondência entre crescimento do valor adicionado da manufatura e geração de empregos e salários. Portanto, concluímos que a economia boliviana experimentou mudanças estruturais dentro do setor da manufatura durante o período do governo Evo Morales.