Dinâmica Espaço-Temporal dos Ciclos de Alagamento em Áreas de Mineração na Amazônia

Abstract

Devido às alterações na paisagem causadas pela atividade da mineração, os processos de restauração florestal são considerados mais complexos. A formação de novos corpos hídricos e zonas alagadas (ou sujeitas a alagamentos sazonais) é uma situação que necessita de estudos ainda mais detalhados em função da sua influência no ciclo hidrológico das áreas alteradas e que se encontram em recuperação, bem como na sua interferência no processo de revegetação. Esse trabalho objetivou quantificar e mapear áreas afetadas por inundações sazonaislocalizadas em minas de cassiterita desativadas localizadas na Floresta Nacional do Jamari, no estado de Rondônia, por meio de técnicas de sensoriamento remoto e proximal, incluindo medições de umidade e temperatura do solo, além de avaliar se os solos da área apresentam restrições químicas e físicas ao desenvolvimento das plantas. Foram utilizados índices espectrais para analisar a dinâmica espaço-temporal das áreas alagáveis, além da instalação de dois sítios de monitoramento equipados com sensores de umidade (TDR) e de temperatura do solo. Foram coletadas amostras de solos para análise químicas para verificar algum nível tóxico proveniente da atividade de mineração. Assim como foi realizado a varredura com Radar de Penetração no Solo (GPR), para verificação das condições de saturação dossolos. Osresultados demonstraram evolução na maioria das áreas estudadas. O uso do sensoriamento remoto para obtenção do índice de diferença normalizada da água - NDWI, ao longo do período analisado, demonstrou que está ocorrendo evolução no processo de restauração florestal. Quanto a possível toxidade de elementos químicos no solo, no setor Potosí área 01 e área 3, os valores Pb se situaram acima do valor de prevenção o que indica a possibilidade de ocorrência de efeitos prejudiciais à qualidade do solo e das águas. O GPR se mostrou eficiente na relação entre substrato predominante e saturação do solo nas áreas impactadas pelos alagamentos, demonstrando a profundidade do lençol freático, assim como os bolsões de sedimentação oriundos da atividade minerária. Nos sítios de monitoramento, as áreas apresentaram condição de saturação por água em cerca de 70% do período estudado, confirmando o ambiente impróprio para o desenvolvimento adequado para recuperação florestal.