A cachaça como elemento da oferta turística de Vassouras, região do Vale do Café, RJ

Abstract

O turismo é uma importante prática social que se desenvolve no espaço geográfico. Trata-se de uma atividade econômica que modifica, transforma e cria uma enorme variedade de espaços, oferecendo assim, diferentes tipos de destinos turísticos. Ao escolher o destino de um passeio ou viagem, o turista custeia o seu deslocamento para conhecer esse lugar. Dentre os fatores que motivam a sua escolha estão os aspectos tanto de ordem natural quanto cultural. Com isso, o turismo que possibilite uma profunda interação com o espaço visitado vem ganhando força sobretudo, após a pandemia de COVID-19. Neste sentido, a pesquisa que originou esta dissertação debruça sobre a produção e a comercialização da cachaça enquanto patrimônio cultural e como produto turístico do país no âmbito do patrimônio imaterial, considerando os modos de saber e fazer, sua história, modos de consumo e sociabilidade que caracterizam a cachaça no município de Vassouras, no Estado do Rio de Janeiro. Vassouras é uma das quinze cidades da região turística do Vale do Café, localizada no Centro-Sul Fluminense cerca de 120 quilômetros da capital. A cachaça possui uma presença marcante na cidade e em toda região. A escolha de Vassouras foi motivada por dois fatores: a realização de feiras e encontros de colecionadores de cachaça que reúnem produtores e apreciadores da bebida de diversas partes do Brasil. E a produção da cachaça do município com relevância no cenário nacional e internacional. Diante disso, a pesquisa busca apresentar a cachaça como um patrimônio cultural de Vassouras cujos esforços locais vêm sendo empregados buscando torná-la uma importante atividade econômica e um forte atrativo turístico do município. O trabalho apresenta três eixos principais a saber: o diálogo entre a geografia e o turismo com o objetivo de entender Vassouras como um destino turístico; a cachaça como patrimônio cultural; e o potencial turístico da cachaça a ser explorado pela cidade. Dentre os resultados, salientamos que, embora haja um movimento inicial de valorização da cachaça como produto turístico, falta engajar a população local na atividade como requisito fundamental visando a sustentabilidade.